A África do Sul, que entrou na terceira onda da pandemia de covid-19 e está atrasada em sua campanha de vacinação, anunciou neste domingo (13) que terá que descartar dois milhões de vacinas da americana Johnson & Johnson (J&J) por um problema durante sua fabricação nos Estados Unidos.

O regulador sul-africano de medicamentos SAPHRA “tomou a decisão de não distribuir as vacinas produzidas a partir dos lotes de componentes inadequados”, anunciou em um comunicado.

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As autoridades americanas haviam anunciado na sexta-feira que “vários lotes” da vacina, ou seja, vários milhões de doses, fabricada em Baltimore, nos Estados Unidos, e cuja produção teve de ser interrompida há várias semanas, deveriam ser descartados.

Em março, testes realizados na fábrica americana revelaram que produtos que entram na composição da vacina AstraZeneca, fabricada no mesmo local, foram misturados erroneamente às vacinas J&J, causando a contaminação de milhões de doses e deixando-as inutilizáveis. Outros lotes ainda precisam ser analisados.

No sábado, a ministra da Saúde da África do Sul, Mmamoloko Kubayi-Ngubane, disse a repórteres que “dois pacotes lacrados, representando 2 milhões de doses, estavam guardados no armazém de Gqeberha (ex-Port Elizabeth, Sul)”.

“Não podemos negar que é um retrocesso em nosso programa de vacinação”, acrescentou a ministra, que recentemente substituiu Zweli Mkhize, afastado após suspeitas de corrupção.

Uma entrega de 300.000 novas doses de J&J está prevista para terça-feira, disse Kubayi-Ngubane.

A África do Sul tem um estoque de 31 milhões de doses da vacina J&J de dose única para imunizar sua população de 59 milhões.

A única vacina comprada pelo governo e aprovada pelas autoridades de saúde da África do Sul é a fabricada pela Pfizer.

O país conseguiu obter 30 milhões de doses, mas essa vacina de duas injeções precisa ser armazenada em temperatura muito baixa.

A África do Sul, onde 58.000 pessoas morreram de covid, vacinou apenas pouco mais de 1% de sua população.