A Boeing confirmou nesta quarta-feira (29) que vai reduzir sua força de trabalho mundial em 10%, o que representa 16.000 empregos cortados.

A empresa também vai reduzir a produção de aeronaves de longa distância, devido à pandemia do novo coronavírus que afeta o transporte aéreo e as encomendas de aviões.

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Os cortes de empregos em todo o mundo serão feitos através de um programa de demissões voluntárias.

As dispensas serão concentradas principalmente na divisão de aviação civil. O número de trabalhadores do setor será reduzido em 15%, disse o CEO David Calhoun, em um e-mail para funcionários que incluía os resultados do primeiro trimestre.

– 70.000 funcionários elegíveis –

A também fabricante de equipamentos militares e espaciais contava com 160.000 funcionários no final de 2019.

Em teleconferência, Calhoun disse que cerca de 70.000 são elegíveis ao plano de demissão voluntária.

“A clara redução na demanda por nossos produtos e serviços para os próximos anos não pode sustentar os altos níveis de nossa produção”, argumentou o executivo no e-mail, obtido pela AFP.

A Boeing já atravessava uma crise antes do coronavírus. Em março de 2019, sua principal aeronave, a 737 MAX, teve as atividades suspensas, depois de dois acidentes que causaram 346 mortes.

Em outubro de 2018, um 737 MAX da companhia indonésia Lion Air caiu deixando 189 mortos. Em 10 de março de 2019, 157 pessoas morreram em um acidente com outro MAX, da Ethiopian Airlines, logo após a decolagem ao sudeste de Adis Abeba.

Esses acidentes e um problema técnico do 737 MAX reduziram fortemente a receita do grupo, além de aumentar sua dívida e gerar sua primeira perda anual em duas décadas.

O fabricante está sob investigação do Departamento de Justiça americano e responde a processos de familiares das vítimas.

A paralisação das viagens internacionais e uma queda de 95% no tráfego aéreo nos Estados Unidos devido à pandemia agravou a situação.

As receitas de companhias aéreas em todo o mundo devem cair 314 bilhões de dólares este ano.