Os advogados de Alex Saab, empresário colombiano próximo ao governo venezuelano, pediram ao tribunal que o julga por lavagem de dinheiro que investigue várias pessoas que divulgaram imagens da primeira audiência de seu cliente nos Estados Unidos, realizada por videoconferência em Miami.

Esses advogados enviaram ao tribunal na terça-feira (26) uma lista de indivíduos, incluindo dezenas de jornalistas, a quem acusaram de violar uma regra que proíbe a divulgação de imagens feitas durante as audiências no tribunal.

Saab, de 49 anos, compareceu pela primeira vez perante um juiz no Distrito Sul da Flórida no dia 18 de outubro, dois dias após sua extradição de Cabo Verde para Miami.

O empresário e seu sócio, o foragido colombiano Álvaro Pulido, transferiram 350 milhões de dólares obtidos ilegalmente na Venezuela para lavá-los através dos Estados Unidos, segundo denúncia da justiça norte-americana.

Após a audiência, imagens de Saab vestindo o macacão laranja dos prisioneiros nos Estados Unidos foram publicadas em vários sites.

Para evitar que isso aconteça novamente, seus advogados pediram ao tribunal para restringir o acesso às próximas audiências por videoconferência apenas “à família do Sr. Saab e um número limitado de órgãos de imprensa com histórico comprovado de cumprimento das restrições” à divulgação de imagens.

A extradição de Saab, que a oposição venezuelana acusa de ser o ‘testa de ferro’ do presidente Nicolás Maduro, enfureceu Caracas.

O governo de Maduro, que deu ao colombiano a nacionalidade venezuelana e o título de embaixador, lutou sem sucesso para evitar sua extradição.

Promotores norte-americanos afirmam que Saab e Pulido assinaram contrato com o Executivo venezuelano em novembro de 2011 para a construção de moradias para pessoas de baixa renda.

Aproveitando a taxa de câmbio controlada pelas autoridades venezuelanas, lucraram e lançaram um esquema de propina, segundo a acusação.

Em julho de 2019, o Departamento do Tesouro dos EUA também acusou Saab de lavagem de dinheiro obtido ilegalmente por meio de um sistema de subsídio de alimentos na Venezuela.

A próxima audiência no caso contra a Saab será em 1º de novembro.