A Polícia Civil vai investigar a ação dos segurança s da lanchonete Habib’s da Avenida Itaberaba, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, na morte de João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos. O caso ocorreu na noite de domingo, dia 26. Segundo a família do garoto, ele teria sido agredido pelos funcionários após pedir dinheiro para clientes na porta do estabelecimento. Em seguida, teve parada respiratória e morreu antes de chegar ao Hospital do Mandaqui.

Representantes da unidade do Habib’s afirmaram aos policiais do 13º DP (Casa Verde) que João Victor era conhecido do local por pedir dinheiro e comida aos clientes. Mas que naquela noite, ele estava ” importunando os clientes, inclusive com um pedaço de madeira”. “O adolescente ameaçava quebrar o vidro da loja e chegou a jogar pedras contra carros e um dos funcionários”.

Ainda segundo os representantes, um gerente e um supervisor, quando os funcionários foram repreender João Victor, o garoto “saiu correndo e, neste instante, teve um mal súbito”. O menino caiu no meio da rua, de acordo com esta versão. Os seguranças envolvidos não foram ouvidos pelo delegado Julio Siqueira Gomes.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados por moradores. Os PMs relatam que foram atender uma “ocorrência de agressão”, mas quando chegaram ao Habib’s o garoto já havia sido levado pela unidade de resgate.

João Victor foi morreu no caminho do Mandaqui. Segundo os bombeiros, o garoto não apresentava sinais de agressão. Os médicos do hospital afirmaram, em ofício encaminhado à polícia, que o óbito “se deu por causa desconhecida”. O Instituto Médico-Legal (IML) vai elaborar um laudo para esclarecer a causa da morte de João Victor. O documento deve ficar pronto em até 15 dias.

Enterro

João Victor foi enterrado nesta terça-feira, dia 28, no Cemitério da Vila Cachoeirinha. A mãe dele, Fernanda Cassia de Souza, que completou 34 anos anteontem, contou que o filho sempre ficava na porta do Habib’s para pedir moedas para clientes, mesmo contra a vontade dos pais. “Quando ele saía de casa, era certeza que o encontraríamos lá. Ele nunca agrediu ninguém, nunca roubou e, por isso, nunca foi preso. É muito estranho falarem que ele teve mal súbito, pois tinha a saúde perfeita.”.

Fernanda disse também que foi até o Habib’s assim que soube do incidente com o filho. No local, alguns clientes contaram que teriam presenciado João Victor ser agredido na frente da lanchonete pelos seguranças. “Alguns clientes foram no enterro. Um deles disse que deu moedinhas para ele antes de acontecer essa tragédia.”

Fernanda tem mais filhas, de 19, 17 anos e 5 anos. Na tarde de segunda-feira, 27, a família e um grupo de amigos fizeram um protesto na frente do Habib’s da Avenida Itaberaba e pediram justiça. “Se o meu filho estava errado, que ele fosse repreendido. Isso que aconteceu foi uma tragédia que derrubou a nossa família”, afirmou.

Em nota, a assessoria do Habib’s disse que considera o fato lamentável. “A franqueadora leva em consideração as informações relatadas pelos funcionários da unidade franqueada, presentes no momento da ocorrência, bem como os relatos registrados em B.O. A polícia foi acionada, assim que verificaram que a conduta do menor estava incontrolável, ameaçando o patrimônio físico da loja e dos clientes. Imediatamente, também o resgate foi acionado.”

A assessoria ainda informou que tomou as providências para socorrer João Victor e vai se “empenhar em esclarecer todos os detalhes do ocorrido com prioridade”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.