Depois de dizer que colocaria “a cara no fogo” por Milton Ribeiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve afastar ainda nesta segunda-feira (28) o ministro da Educação. Envolvido em denúncias de corrupção, Ribeiro teria decidido pedir licença do cargo para se dedicar à sua defesa, segundo o blog de Malu Gaspar, de O Globo.

Acusado de corrupção por prefeitos, Ribeiro deve dar lugar ao secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Victor Godoy Veiga.

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Bolsonaro, a princípio, resistia à demissão de Ribeiro, embora aliados tentassem convencê-lo de que o ato seria benéfico à campanha de reeleição. Bolsonaro e Ribeiro conversaram no último sábado (26), quando o ministro teria convencido o presidente de que seria melhor um afastamento temporário: se provada sua inocência, poderia retornar ao MEC.

Lideranças evangélicas, como o pastor Silas Malafaia, o ex-senador Magno Malta, o deputado Marco Feliciano e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça estariam entre os que defendem a saída de Ribeiro.

Prefeitos acusam os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura de pedir propina para liberar recursos públicos do MEC à construção de escolas e creches. Um áudio divulgado pelo jornal Folha de São Paulo mostra Ribeiro pedindo prioridade aos pedidos de Gilmar Santos por ordem direta de Bolsonaro.

Já o Estado de São Paulo denunciou o funcionamento de um “gabinete paralelo” no MEC, comandado pelos dois pastores. O jornal ainda revelou que o MEC teria patrocinado evento que distribuía bíblias com a foto do ministro – prefeitos dizem que os pastores condicionavam a compra dos livros à presença do ministro em eventos.

Se deixar o MEC, Ribeiro será o quinto ministro da Educação do governo Bolsonaro.