Pedro Guimarães se tornou alvo de inquérito no MPF após denúncias de várias funcionárias. Indicado por Paulo Guedes, ele tinha total confiança de Bolsonaro e chegou a se colocar como possível vice na chapa do presidente.O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou seu afastamento do cargo nesta quarta-feira (29/06), depois de ser acusado de assédio sexual por várias funcionárias da instituição e se tornar o centro de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF).

As funcionárias que o denunciaram afirmam que ele costumava abraçá-las de maneira constrangedora, além de apalpá-las e passar a mão sobre suas partes íntimas.

Guimarães era um dos nomes mais próximos de Jair Bolsonaro no governo. Ele foi indicado para a Caixa pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e logo ganhou a confiança do presidente.

Sua proximidade com Bolsonaro é atribuída ao fato de ambos compartilharem opiniões semelhantes sobre uma série de temas.

No vídeo da reunião ministerial do governo, divulgado em 2020 após ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), ele aparece criticando as medidas para conter a pandemia de covid-19, à qual se referiu como “histeria coletiva”.

Guimarães também participava com frequência das transmissões ao vivo de Bolsonaro nas redes sociais. Ele chegou a se lançar como possível candidato à vice-presidência do país na chapa de Bolsonaro, que vai concorrer à reeleição em outubro, e já foi cotado para ser o substituto de Guedes à frente do Ministério da Economia.

“Alvo de rancor político”

Em carta aberta publicada nas redes sociais, ele nega as acusações, que afirma serem de motivação política, e se diz vítima de uma ” avalanche de notícias e informações equivocadas”.

“As acusações noticiadas não são verdadeiras! Repito: as acusações não são verdadeiras e não refletem a minha postura profissional e nem pessoal.” Guimaraes justifica a decisão de se afastar o cargo por temer “prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral.”

Ele será substituído no cargo pela secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, considerada como o “braço direito” de Guedes na pasta. A economista está no governo desde o início do mandato de Bolsonaro, e é uma das poucas remanescentes da equipe original de Guedes no Ministério.

rc (ots)