A Amazon entrou com uma ação nesta sexta-feira (12) contra a procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, que processou a empresa por considerar que ela foi negligente na proteção de seus funcionários durante a pandemia.

Na primavera passada, várias manifestações ocorreram do lado de fora de uma loja da Amazon em Staten Island, e os funcionários criticaram a empresa por não tê-los protegido o suficiente contra a covid-19.

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A Amazon então afirmou ter feito mais do que o necessário para limitar os riscos de contágio, estabelecendo distâncias de segurança entre os funcionários e triplicando a frequência de limpeza em suas instalações.

A procuradora-geral James então anunciou que abriria uma investigação. No final de abril, ela enviou uma carta à gigante do comércio eletrônico, após concluir que as medidas de proteção eram “inadequadas”.

A chefe da Promotoria do Estado de Nova York indicou que a investigação continuaria, e se reservou a possibilidade de posteriormente ir a um juiz.

No documento apresentado nesta sexta-feira na Justiça Federal do Brooklyn, a Amazon acusa James de não ter levado em conta os elementos apresentados pelo grupo, mas também de ter submetido a empresa a uma espécie de chantagem.

A procuradora-geral exigiu uma série de concessões da empresa e, caso não fizesse, processaria a Amazon na Justiça.

Muitas dessas solicitações, observa a Amazon no documento, “não têm relação com a saúde e segurança” dos funcionários e “não têm base legal”.

James exigiu, entre outras coisas, que a empresa redistribuísse uma maior parte dos seus lucros, que subsidiasse o transporte público ou reduzisse o ritmo de trabalho e os indicadores de desempenho.

A Amazon argumenta ter proposto esses subsídios, mas recebeu uma negativa perante as autoridades de transporte de Nova York. A empresa acrescenta ter reduzido seu ritmo de trabalho devido às limitações da pandemia.

A gigante do comércio eletrônico está pedindo a um juiz federal que decida que a procuradora-geral de Nova York não tem jurisdição para levar essas questões aos tribunais.

“Durante esta pandemia, os funcionários da Amazon foram forçados a trabalhar em condições perigosas, mesmo com o grupo e seu CEO recebendo bilhões”, respondeu James em um comunicado divulgado nesta sexta-feira.

“Não seremos intimidados por ninguém, especialmente empresas brutais que priorizam a ganância em detrimento da saúde e segurança dos funcionários”, assegurou.

James indicou que “todas as vias legais” serão avaliadas, embora não tenha especificado se iria ao tribunal.