ENTREVISTA da semana Rafael Stark, fundador e CEO da Stark Bank

Lançar um cartão corporativo que ofereça benefícios às empresas clientes é uma das metas da fintech Stark Bank, fundada em 2018 por Rafael Stark, CEO da companhia. O executivo falou sobre suas expectativas com relação ao PIX e sobre o impacto da pandemia em seus negócios.

Como surgiu a Stark Bank?
Em 2014 abri minha primeira empresa, que prestava consultoria e criava produtos digitais. Comecei faturando R$ 40 mil ao ano e em 2017 já faturava R$ 3 milhões. Foi quando surgiu um projeto para desenvolver um sistema de reembolso. O cliente queria que os pagamentos seguissem um fluxo de aprovação. Depois, o dinheiro seria enviado por meio de TEDs. Pesquisei e descobri que ninguém oferecia isso no mercado. Então, fiquei curioso para saber como as empresas realizavam uma grande quantidade de operações, por exemplo, 1 mil transferências bancárias por dia. O mercado ainda usa um modelo dos anos 1990, que é praticamente manual. Então, em 2018, a Stark Bank surgiu para oferecer às empresas a possibilidade de fazer muitas operações financeiras em questão de segundos.

Como funciona? Quem são os clientes?
Funcionamos como um banco digital. As empresas abrem contas de pagamentos e fazem as operações necessárias. Atendemos empresas de médio e grande porte. Entre nossos clientes estão Colgate, Buser, Rappi, Rebel, entre outros.

Qual tem sido o desempenho da empresa nos últimos anos?
Antes da pandemia, o volume de transações crescia cerca de 80% ao mês. Porém, as medidas de restrição econômica afetaram nossos principais clientes. Continuamos crescendo, mas o ritmo desacelerou para 25% ao mês. No início do ano, nossa expectativa era atingir R$ 10 bilhões em movimentação, mas agora acreditamos que fecharemos o ano com cerca de R$ 2 bilhões movimentados.

Como outras empresas de tecnologia, o Stark Bank ganhou com a pandemia?
Sim. A pandemia acelerou a transformação digital e nos beneficiou. Desde o início da quarentena, a quantidade de empresas que nos procura triplicou. Por exemplo, igrejas querendo emitir boleto para receber o dízimo. A movimentação financeira caiu porque nossos clientes estão vendendo menos.

Quais os planos?
Estamos olhando para o PIX porque vai permitir soluções novas de pagamento. Vai substituir transferências, boletos e cartões de débito. Temos interesse também no cartão de crédito corporativo. Apesar do PIX, muitas empresas ainda precisam do cartão para compras internacionais. Cartão de crédito vai continuar importante, mas a versão corporativa é ruim.

Por que o cartão corporativo é ruim?
O cartão de pessoa fisica tem segmentos e programas de recompensa. Ao usar, o cliente ganha pontos ou milhas. O cartão corporativo não oferece essas vantagens, por isso pretendemos lançar um cartão corporativo que as tenha também. Além de benefícios, ele será controlado por API e terá conciliação automática, o que facilitará a vida das empresas.

CONSÓRCIO
Compra de imóvel é a preferida em plataforma digital

Levantamento feito pela fintech Mycon, especializada em consórcios, revela que desde que começou a quarentena para combater a pandemia de coronavírus os bens com mais intenção de compra pelos consorciados da plataforma são os imóveis (55%), automóveis (22%), motos (15%) e serviços, como construção, reformas, cirurgias estéticas e festas (8%). Outro dado mostra que 73% dos clientes possuem menos de 35 anos. Para fazer o levantamento, a fintech usou informações de sua própria base de clientes. Lideram o ranking de vendas do Mycon os estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro.

COMÉRCIO
Loja virtual gratuita para ajudar a vender

A Stone, fintech de serviços financeiros e de pagamentos, lançou um serviço para lojas que ainda não fazem vendas por meio da internet. A Lojinha Stone, como foi batizada, é uma plataforma pronta e gratuita onde o comerciante monta sua vitrine virtual e insere produtos com foto, preço e descrição o que possibilita realizar comércio virtual. O serviço está disponível para quem é cliente da Stone. “A iniciativa permite que micros e pequenos empreendedores retomem as vendas no modo on-line, de forma cautelosa nesse momento de retomada do comércio”, disse Augusto Lins, presidente da fintech.

Número da semana 6,2% 

É o percentual de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro projetado pela agência de classificação de risco Moody’s em relatório divulgado na terça-feira (8). Para a Moody’s, o déficit primário deverá ficar em 14,7% do PIB, o que elevará a relação entre a dívida e o PIB para 95%. Em 2019 essa relação ficou em 76%, e as previsões são de que chegue a 96% em 2021. A expectativa é de uma desaceleração do crescimento porque as projeções são de alta de 3,6% no PIB no ano que vem. O cenário do relatório da Moody’s prevê que o governo vai respeitar o teto de gastos e conseguirá aprovar reformas importantes no Congresso, como a tributária. Para a Moody’s, um dos aspectos positivos da economia foi a melhora do perfil da dívida pública brasileira nos últimos três anos, devido à queda da taxa de juros. Em 2015, o gasto do governo com os juros da dívida representava 30% da receita total do governo. Esse percentual caiu para 18% em 2019 e deve ficar ao redor de 16% ao ano até 2023.