São Paulo, 19 – Todo o rebanho dos Estados do Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte de Mato Grosso foram vacinados contra a febre aftosa neste ano, pela última vez, obedecendo todas as datas do calendário nacional. Em maio do ano que vem, essas regiões ainda farão a vacinação dos animais mas, em novembro, estarão fora do calendário de vacinação de bovinos e bubalinos. Isso é o que prevê o plano estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa) prevê a retirada gradual da vacinação no País.

Segundo comunicado do Ministério da Agricultura, no primeiro semestre de 2018 ainda foram utilizadas as vacinas trivalentes (vírus A,C e O) e bivalentes (A e O), na dosagem de 5 ml. Em novembro a maior parte das vacinas de 5 ml era bivalente pela retirada do tipo C, pois há anos não é registrada mais a circulação viral desta cepa de vírus.

No ano que vem, serão feitas duas mudanças significativas na vacinação: a primeira modificação ocorrer com o tipo de vacina que será apenas bivalente. A segunda será a dosagem da vacina, que passará a ser de 2 ml, e poderá ser aplicada preferencialmente por via subcutânea por provocar menos reações, mas sendo aceita também a aplicação intramuscular.

Os produtores precisam estar atentos para usar a dose correta da vacina e não haver sobredosagem no animal, o que pode provocar caroços, edemas, inchaços e até abscesso se houver contaminação. As campanhas iniciarão em 15 de março no Amazonas e prosseguindo até 15 de dezembro no Pantanal, concentradas nos meses de maio (1ª etapa) e de novembro (2ª etapa) na maioria dos Estados.

Segundo o governo, o Pnefa visa a criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa com vacinação e ampliar as zonas livres sem vacinação. O programa será executado até 2026. O reconhecimento do País como livre da doença com vacinação ocorreu em maio deste ano, em Paris, durante a reunião anual da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

A vacinação contra a febre aftosa de todo o rebanho bovino e bubalino, estimou alcançar 217,4 milhões de animais. Assim, seguindo o calendário normal, que previa a vacinação em maio de todo o rebanho (201,2 milhões de cabeças), foram imunizados 197,8 milhões de animais, alcançando uma cobertura vacinal de 98,31%. Nada muda para os criadores de Santa Catarina, que não vacinam o rebanho desde 2000, já que o Estado é considerado livre da doença sem vacinação.

No mês passado a meta da segunda etapa de vacinação era imunizar 96 milhões de animais com idade de até 24 meses. Os números finais da campanha de novembro deverão estar consolidados em janeiro de 2019.