Acordo fechado nessa quarta, 30, vai evitar que a eleição para a nova diretoria da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em março, tenha uma chapa de oposição. Seria a primeira vez que haveria disputa pelo comando da entidade, criada nos anos 50.

Até agora, só as cinco maiores fabricantes de carros e caminhões (Fiat, Ford, General Motors, Volkswagen e Mercedes-Benz) se revezavam na presidência. Esse rodízio acabou, como queria o grupo opositor, formado por empresas que chegaram a partir dos anos 90 como Honda, Hyundai, Nissan, PSA Peugeot Citroën, Renault e Toyota.

Os dois grupos aceitaram uma chapa mesclada que ainda será presidida por uma das cinco grandes. O escolhido é Luiz Carlos de Moraes, da Mercedes, e o primeiro vice-presidente é Fabrício Biondo, da PSA. Eles comandarão a entidade até 2022.

Se o rodízio fosse mantido, o novo presidente seria Rogelio Golfarb, da Ford, e o primeiro vice – e futuro presidente – seria Moraes. Pela oposição, o candidato era Ricardo Martins, da Hyundai, com Biondo como vice. A ideia da chapa única sem os dois concorrentes foi a forma de evitar uma politização dentro da entidade, diz uma fonte.

“Associados têm diferentes opiniões, mas não é o momento para racha e sim para fortalecer e preparar a entidade para a nova realidade”, diz, referindo-se às mudanças que o setor passa diante das novas tecnologias e até mesmo para negociações com o novo governo. A eleição simbólica será em 7 de março e a posse em 23 de abril. A Anfavea representa 27 fabricantes de veículos e tratores que respondem por 22% do PIB industrial e empregam 130,5 mil pessoas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.