(Em texto publicado dia 26, corrige nome da rádio para CBN do Vale do Paraíba, em lugar de CBN do Vale da Ribeira)

BRASÍLIA (Reuters) – Em negociações para fechar um acordo que leve o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para uma aliança eleitoral no pleito de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que falta a decisão do ex-governador sobre o partido ao qual irá se filiar, mas que um acerto seria bom para ambos e para o Brasil.

“O problema se a gente vai fazer depende de dois fatores: da minha decisão de ser candidato ou não –que ela deverá se dar agora no final de fevereiro ou começo de março–, e da filiação do companheiro Alckmin a um partido que faça aliança com o PT”, disse o ex-presidente em entrevista à rádio CBN do Vale do Paraíba.

As negociações, vistas inicialmente como improváveis por aliados e adversários de Lula, começaram em outubro, antes de Alckmin deixar em definitivo o PSDB, e avançaram bem, até esbarrarem nas dificuldades de negociação entre o PT e o PSB, uma das legendas candidatas a receber o ex-tucano.

A ideia, a princípio, é que o ex-governador se filie ao PSB para concorrer a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula. No entanto, o acordo depende dos dois partidos conseguirem chegar a acertos regionais e esbarram, principalmente, na insistência dos dois lados de manter candidatos ao governo de São Paulo –Márcio França, no caso do PSB, e Fernando Haddad, no caso do PT.

Lula deixou claro que seu interesse em incluir Alckmin em sua chapa visa a intenção de ter uma aliança eleitoral o mais ampla possível.

“Eu preciso voltar para fazer mais, e para fazer mais eu preciso de mais gente do meu lado. Por isso eu estou conversando com todo mundo. Por isso, que dê certo essa conversa. Espero que Alckmin escolha o partido certo, que faça aliança com PT e espero que o PT compreenda a necessidade de fazer aliança”, afirmou.

Há resistências a uma aliança com o ex-governador dentro do próprio PT, e há quem compare Alckmin a Michel Temer, vice-presidente de Dilma Rousseff e apontado como um dos articuladores do impeachment da ex-companheira de chapa. Lula, no entanto, já disse a interlocutores que não tem receio sobre isso e, na entrevista, deixou claro que confia no ex-governador.

“Eu tenho confiança no Alckmin, eu fui presidente oito anos, sempre tive uma relação com Alckmin, sempre foi uma relação de respeito, institucional. E se der certo a gente construir essa aliança vai ser bom para Alckmin, vai ser bom para mim, vai ser bom para o Brasil”, afirmou.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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