As ações da Aston Martin caíram mais de 40% desde a abertura de capital em outubro do ano passado. A tradicional montadora britânica anunciou, nesta quinta-feira (28), o prejuízo de £ 68 milhões (R$ 337 milhões) no último ano, após registrar um saldo positivo nas contas de 2017.

Segundo a empresa, o elevado custo para o IPO, estimado em £ 136 milhões (R$ 675 milhões), foi o principal motivo para o revés. As ações começaram a cair já no primeiro dia, fechando a estreia com redução de 5%. Apesar das posteriores melhoras ao longo dos meses, a companhia não conseguiu reverter os resultados negativos. A entrada da Aston Martin na bolsa de valores foi um dos negócios automotivos mais esperados do último ano.

A montadora declarou a venda de 6.441 no último ano e espera que o número aumente após a conclusão de uma nova fábrica no País de Gales. A unidade deve começar a produção do DBX SUV ainda neste semestre e atingir a capacidade total de trabalho até o início de 2020.

A montadora também está apreensiva com os rumos desordenados do Brexit e as suas consequências para o mercado internacional. De acordo com o CEO, Andy Palmer, a Aston Martin tem uma reserva de £ 30 milhões (R$ 149 milhões) para lidar com o impacto da separação entre o Reino Unido e a Europa. A empresa também planejou uma série de novas rotas e medidas para garantir o escoamento da sua produção.

A saída da União Europeia deve trazer uma série de dificuldades para as empresas locais, principalmente o aumento das tarifas para exportação ao resto da Europa. Além da Aston Martin, outras montadoras com fábricas no Reino Unido, como Nissan, Ford e BMW, externaram suas preocupações com a nova realidade.