A agência da ONU para os refugiados (Acnur) pediu neste domingo mais solidariedade internacional para permitir a reinstalação de refugiados bloqueados na Líbia, que vivem em circunstâncias difíceis, principalmente em centros de detenção.

“Continuamos apelando à generosidade da comunidade internacional para dar mais oportunidades de reinstalação de refugiados”, disse o chefe de missão da Acnur na Líbia, Jean-Paul Cavalieri.

Dos 50 mil refugiados registrados pela Acnur na Líbia, apenas 4,6 mil foram reinstalados em um terceiro país (depois da Líbia e de seu país de origem) desde novembro de 2017, e cerca de 3 mil foram transferidos para um centro de trânsito no Níger.

Cavalieri elogiou o acordo assinado na semana passada com Ruanda para receber temporariamente refugiados e migrantes africanos que solicitam asilo e estão bloqueados na Líbia. O documento permitirá que refugiados “que correm perigo em centros de detenção” encontrem um lugar seguro em Ruanda e, a partir dali, encontrem outros países para se instalar. O limite do centro de acolhida de Ruanda será de 500 pessoas.

O caos originado pela queda do ex-ditador Muamar Khadafi em 2011 tornou a Líbia o caminho usado por grande parte dos migrantes que desejam chegar à Europa. Mas milhares deles estão bloqueados no país, em condições lamentáveis, e sua situação se agravou após a explosão, em abril, de um novo conflito armado ao sul de Trípoli.