A assembleia de acionistas da BRF, que estava prevista para ser encerrada nesta quinta-feira, 26, foi suspensa. A sessão, atrasada em 7 horas com diversos vai-e-vens, foi interrompida sem a decisão sobre quem ocupara as vagas no Conselho de Administração do grupo.

A assembleia era para começar às 8h, mas foi adiada devido ao recebimento do ofício da CVM. Iniciou somente às 16h para a contagem dos votos e foi suspensa por volta das 18h. Não se sabe ainda quando serão retomados os trabalhos.

Apesar da suspensão, a expectativa é que Petro Parente, presidente da Petrobras, seja eleito para presidir o Conselho. A disputa, daria-se, então, pelas outras cadeiras.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, cerca de 50 representantes dos acionistas ainda aguardam uma decisão na sede da empresa em Itajaí (SC).

A BRF tenta escolher um novo presidente do Conselho e outros conselheiros após a cisão entre os fundos de pensão Petros e Previ e Abilio Diniz, atual chairman.

O problema é que os acionistas haviam concordado de realizar a votação por meio de chapas. No entanto, na manhã desta quinta, a Comissão de Valores Monetários (CVM) questionou esta opção. Ela obrigou a BRF a realizar a votação vaga a vaga, o chamado voto múltiplo.

O objetivo era não excluir o voto de acionistas minoritários. Segundo o órgão, cerca de 13% dos votos, correspondentes a acionistas estrangeiros, perderiam valor.

No sistema de voto múltiplo, os acionistas podem votar em diferentes candidatos relacionados a cada vaga do conselho. Um dos fundos de investimento, o Aberdeen, queria isso. Porém, pouco antes, desistiu de brigar por sua posição.

Já no sistema de votação por chapa, os nomes já estão fechados em grupos. O voto fechado compunha a estratégia de Abilio Diniz, que ofereceu Pedro Parente para assumir a presidência.