Um homem provocou vários acidentes na terça-feira à noite com seu veículo em uma rodovia que atravessa Berlim e feriu seis pessoas – três delas estão em condição crítica -, em um ato que a justiça alemã trata como um “provável atentado islamita”.

As autoridades, no entanto, também afirmaram que o autor, que seria um iraquiano de 30 anos de acordo com a imprensa alemã, também pode sofrer problemas psíquicos. A polícia mencionou “indícios” neste sentido.

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Pouco antes das 19H00 (horário local) de terça-feira, um homem a bordo de um veículo cometeu na rodovia A100 de Berlim “ataques dirigidos contra outras pessoas” que circulavam pela via, especialmente contra motociclistas.

“As declarações do suspeito depois dos atos sugerem uma motivação religiosa e islamita, mas também existem indícios sobre uma instabilidade psicológica do homem”, afirmou o Ministério Público de Berlim.

Os investigadores não encontraram até o momento elementos que mostrem que o homem integrava alguma organização terrorista.

De acordo com vários meios de comunicação, o homem que provocou os acidentes gritou “Allahu akbar” (Alá é Grande) quando saiu de seu veículo, depois de provocar uma colisão que forçou a sua parada.

“Que ninguém se aproxime. Ou todos vão morrer”, afirmou, de acordo com os relatos de testemunhas ao jornal Bild, ao ameaçar detonar um artefato explosivo. Ele foi detido imediatamente pela polícia.

Os agentes encontraram em seu carro uma “caixa antiga de munições”. Mas o recipiente não continha nada perigoso, segundo uma análise das equipes especializadas da polícia.

Para verificar o conteúdo da caixa, a polícia precisou interromper por várias horas o tráfego na rodovia de grande movimento, o que provocou diversos engarrafamentos.

As autoridades alemãs permanecem em alerta devido à ameaça islamita no país, sobretudo depois do atentado executado em 2016 em Berlim pelo Estado Islâmico (EI), quando um caminhão atropelou várias pessoas e deixou 12 mortos.

O ataque extremista foi o mais violento já cometido em território alemão.

Desde então, as autoridades impediram mais de 10 tentativas de atentados, dois deles em novembro de 2019.

Desde 2013, o número de islamitas considerados perigosos na Alemanha aumentou por cinco e atualmente está em 680.

A chanceler alemã, Angela Merkel, é acusada pela extrema-direita de ter contribuído para os atentados por sua abertura das fronteiras a centenas de milhares de refugiados e migrantes desde 2015.