Profissionais da educação se reúnem todos os sábados, no Museu de Arte do Rio (MAR), para discutir conceitos sobre educação inclusiva, acessibilidade, paradesporto, diversidade, saúde e bem-estar. Eles participam do módulo “acessibilidade em espaços culturais” do programa Pulsar, criado pela Câmara Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro em parceria com o Instituto Superar.

A presidente do Instituto Superar, Carina Alves, disse que o objetivo do programa é sensibilizar os alunos em relação à questão da inclusão, da acessibilidade, da legislação vigente sobre a pessoa com deficiência e da diversidade como um todo.

A atual turma do Pulsar é formada por 35 alunos que, durante três meses, assiste aula aos sábados, das 9h às 18h. Em outubro, os alunos devem receber os certificados.

Segundo Carina, um dos resultados do programa é a multiplicação do conhecimento e da cultura da inclusão. Os profissionais formados replicam os conhecimentos adquiridos na prática diária nas empresas onde trabalham.

“A gente está qualificando profissionais e eles também estão devolvendo a metodologia na forma de atendimento”, afirmou Carina Alves.

Apesar do “despertar tardio”,  a presidente do Instituto Superar comemora o fato de a cultura estar se preocupando com a necessidade de promover acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiências.

“As pessoas estão discutindo isso agora, felizmente, porque, pelo menos, deu o start [começo]. Não está parado. Na educação, no esporte, a gente pensa isso há mais tempo, mas a cultura está despertando agora. Que bom! É sempre positivo”.

Prática de inclusão

O educador de Projetos do Museu de Arte do Rio (MAR), Thyago Correa, destacou que o museu já tem um programa de acessibilidade e inclusão.

“O curso Pulsar está pensando na relação escolar e do esporte. Eu acho que ele colabora para essa troca de conhecimento que é gerado, porque existem múltiplas formas de abordar os direitos da pessoa com deficiência”, manifestou.

Segundo ele, a participação das pessoas com deficiência nos projetos é o mote do trabalho realizado pelo MAR. “Todos os projetos do museu vão sendo construídos com a participação das pessoas com deficiência. A gente constrói isso a partir de um diálogo”.

Um exemplo é o Fórum de Cultura Surda, que é realizado anualmente no museu. O primeiro evento foi realizado em 2016. Na ocasião, foram estabelecidas políticas públicas na relação do MAR com os deficientes auditivos.

Segundo o educador, a partir das demandas apresentadas, foi sendo construído um espaço mais acessível e mais acolhedor no museu. Dentro desse escopo, o MAR tem em sua equipe um grupo de educadores surdos e intérpretes de Libras, além de uma linha de cursos que são ministrados por artistas e profissionais surdos contratados, cuja temática é a cultura surda, englobando poesia, performance, cinema, teatro, literatura, movimento negro e feminista surdos.

Neste mês de setembro, o MAR comemora o Mês do Orgulho Surdo, que será encerrado no próximo dia 29, com uma caminhada que sairá da Candelária, centro do Rio de Janeiro, com destino ao museu, localizado na Praça Mauá, na zona portuária.

Projeto

O Pulsar ajuda a promover e facilitar a acessibilidade de pessoas com deficiência aos equipamentos culturais.

O projeto nasceu de uma proposta do governo da Alemanha ao Instituto Superar em 2015, visando deixar na cidade do Rio de Janeiro um legado pós-Olimpíada, nas áreas do paradesporto e inclusão.

Em 2016 e 2017, foi realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), onde capacitou mais de 350 profissionais do Serviço Social da Indústria (Sesi RJ).

No primeiro semestre deste ano, o projeto levou a capacitação para uma turma na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ). A expectativa, para 2019, é chegar a 75 profissionais formados até outubro.