Enquanto negociadores do Mercosul sinalizam otimismo com as negociações para um acordo de livre comércio com a União Europeia, a indústria elétrica reclama do processo de negociação e enviou carta ao governo brasileiro para pedir mais transparência. Apesar de ser favorável ao acordo, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) pede maior clareza em relação à proposta de acesso a mercados dos europeus.

Em uma carta enviada a vários ministros brasileiros envolvidos na negociação, a entidade diz que os termos do acordo “devem ser de convergência de entendimentos e não de imposição de disciplinas pela União Europeia”. A entidade pede que as negociações levem em conta “as características do mercado brasileiro e dos países do Mercosul” e teme que eventual acordo não ofereça “garantias de desenvolvimento para a indústria brasileira”.

“A indústria brasileira não pode ser oferecida como moeda de troca para um baixo acesso ao mercado europeu”, cita a entidade na carta. Entre os pedidos da indústria elétrica e eletrônica, estão a garantia do uso do mecanismo de drawback – suspensão ou eliminação de impostos sobre insumos importados para utilização em produto exportado e exclusão de produtos remanufaturados dos benefícios tarifários do acordo.

A carta foi enviada aos ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Marcos Pereira (MDIC), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Blairo Maggi (Agricultura), Dyogo Oliveira (Planejamento) e Eliseu Padilha (Casa Civil).