O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) foi obrigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a divulgar os salários dos mais de 2,6 mil funcionários e a abertura desses dados mostrou que uma parte deles está recebendo muito além do que é permitido a órgãos estatais.

A disputa judicial que promoveu essa abertura de dados levou sete anos e o resultado da saga revelou que 68 empregados “sem função atribuída”, que não ocupam cargos de confiança, receberam acima dos R$ 60 mil por mês nos últimos três meses.

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Segundo o UOL, outros 82 empregados recebem valores acima do teto do funcionalismo estabelecido pela Constituição, que agora é de R$ 39,2 mil. A resposta do BNDES para os super salários foi a de que o “abate-teto” não se aplica ao banco porque não é uma estatal que depende de recursos da União.

Somente entre abril e maio foram pagos mais de R$ 5 milhões a pelo menos 73 servidores do grupo sem atribuição. São 19 analistas de sistema, 18 engenheiros, 16 advogados, 15 economistas e 5 administradores que recebem acima de R$ 40 mil líquidos mensalmente, representando um saldo de R$ 60 milhões pagos por ano a somente 73 servidores – sem contar o 13° salário.

À reportagem, o BNDES explicou que os salários contam com Adicional por Tempo de Serviço (ATS), previsão em Plano de Cargos e Salários específico a depender do tipo de função de confiança exercido, além de gratificações, que podem chegar a 25% sobre a remuneração mensal do funcionário.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, recebe cerca de R$ 82,7 mil por mês. O topo da organização do banco conta com oito diretores recebendo valores entre R$ 77 mil e R$ 81 mil.