A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) reiterou sua expectativa para o desempenho do setor de cartões neste ano, de alta de 5,5% a 7,5% em relação a 2016. O segmento, conforme o presidente da entidade, Fernando Chacon, deve entregar expansão mais próxima do topo do guidance divulgado para este exercício, caminhando, assim, para retomar o avanço de dois dígitos no ano que vem.

“Esperamos encerrar o ano de 2017 já perto dos dois dígitos de crescimento. Com o crescimento da economia no ano que vem, de 2% a 3%, melhora do comércio e substituição dos meios de pagamentos, esperamos encerrar 2018 com expansão de dois dígitos”, afirmou Chacon, em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira, 25, ponderando que uma mudança no apetite dos bancos para crédito pode potencializar o desempenho do mercado.

Ele explicou que a volta aos dois dígitos de expansão, após dois anos de apenas um dígito de crescimento, deve ser motivada mais pela substituição dos meios de pagamentos do que de aumento de base. “A despeito das dificuldades do Produto Interno Bruto (PIB), o setor de cartões continua forte e dando sinais de que vai contribuir para o crescimento e retomada da economia brasileira”, disse Chacon.

Segundo ele, a tendência da inadimplência do cartão é de queda. Ao final de junho, o indicador estava em 7,4% ante 5,7% da carteira de crédito à pessoa física.

Na primeira metade do ano, de acordo com a Abecs, o setor de cartões totalizou R$ 580 bilhões, montante 6,3% maior que o visto no mesmo período do ano passado. Do total, os cartões de crédito somaram R$ 354 bilhões, aumento de 5,1% ante idêntico intervalo do ano passado. Já os plásticos de débito registraram R$ 226 bilhões, aumento de 8,4%, na mesma base de comparação.

No segundo trimestre, o setor de cartões movimentou R$ 295 bilhões, alta de 6,7% em um ano. A participação dos cartões no consumo das famílias chegou a 28,5% ao final de junho, acima de igual intervalo do ano passado, de 27,9%. Tal aumento, conforme a Abecs, reflete a substituição dos meios de pagamento no Brasil, com os consumidores usando mais cartão que dinheiro ou cheque.