São Paulo, 10 – O País abateu a menor quantidade de vacas e novilhas no primeiro trimestre deste ano desde igual período de 2003. Entre janeiro e março de 2021, foram levadas ao gancho 2,411 milhões de vacas fêmeas, sendo que em 2003 (no primeiro trimestre), foram apenas 1,93 milhão de cabeças.

Em relação ao primeiro trimestre de 2020, quando se abateram 3,088 milhões de cabeças, a queda no indicador foi de 22%, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório antecipado ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O Cepea se baseia nos dados trimestrais de abate divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o Cepea, o movimento de retenção de fêmeas ocorre em razão dos preços recordes do gado de reposição (bezerros e bois magros) ao longo do ano passado e especialmente neste ano.

O centro de estudos informa ainda no relatório que o abate de fêmeas no primeiro trimestre de 2021 correspondeu a 36,75% do total de bovinos abatidos, porcentagem que também é a menor desde 2003, quando alcançou 36,27%, “evidenciando o movimento de retenção de fêmeas para a produção de animais de reposição”, cita o Cepea. “Já a maior participação de fêmeas sobre o abate total foi verificada em 2014, quando as 3,931 milhões de cabeças de fêmeas corresponderam por 46,95% do total.”

O centro de estudos lembra, porém, que no primeiro trimestre é o período do ano em que se abatem mais fêmeas, “o que traz um alerta para o mercado nos próximos meses”.

No curto prazo, isso mostra que o volume de animais para abate deve seguir baixo nos trimestres seguintes. Em um prazo maior, esse movimento de forte retenção de fêmeas pode resultar em recuperação no volume de animais para a produção em cerca de dois ou três anos e em consequente enfraquecimento dos preços.