A transição para uma matriz energética totalmente limpa é viável. Na verdade, o que impede o mundo de chegar a essa realidade, até 2050, deixou de ser uma questão econômica e passou a ser um problema político. Essa é a conclusão de um estudo feito pela Universidade de Tecnologia Lappeenranta, da Finlândia, e apresentado na COP23, conferência da ONU para o clima, realizada nas últimas semanas, em Bonn, na Alemanha. Para chegar a esse entendimento, a equipe da universidade analisou dados populacionais, econômicos e de consumo de energia de diversas partes do mundo. As estimativas dos cientistas são promissoras, principalmente, para o setor fotovoltaico.

Até 2030, o sol responderá por 37% da matriz energética global, porcentual que chegará a 69% em 2050. Isso fará com que o mercado de armazenamento por bateria cresça intensamente. Na metade deste século, sistemas de baterias responderão por 31% do consumo energético mundial. A demanda, por sinal, deve dobrar nas próximas três décadas. Em virtude dessa virada na matriz, no entanto, os custos de geração e distribuição sofrerão uma queda de 25%, em comparação ao cenário atual. Outra boa notícia está no emprego. Até 2050, o setor de energia renovável empregará 36 milhões de pessoas, quase duas vezes mais do que atualmente. O estudo finlandês foi corroborado por diversos outros institutos, como o DIW (Instituto Alemão de Pesquisa Econômica) e o Energy Watch, grupo dedicado a pesquisas energéticas.

 

(Nota publicada na edição 1045 da revista Dinheiro)