Enquanto todos estão indo para o digital, virtual ou metaverso, o Google fez questão de dizer que está muito presente aqui, no mundo real. Sua primeira conferência de desenvolvimento anual I/O desde que a pandemia começou, em março de 2020, foi ao ar livre no Shoreline Amphitheatre. Aplausos e gritos foram ouvidos a cada pausa dos especialistas em áreas do Google, incluindo seu CEO, o indiano Sundar Pichai (ao lado). Software sim, mas o hardware roubou um pouco do show.

Muitos usuários, focados nas marcas líderes de hardware como Apple e Samsung, desconhecem que o Google segue o mesmo rastro, mesmo que nem sequer figure entre as oito primeiras marcas globais de smartphones, por exemplo. Ainda assim, a empresa do buscador horsconcours da internet tem aparelhos eficientes dentro do portfólio do mundo real, batizados de família Pixel.

No evento, a companhia californiana comentou a bem-sucedida chegada de seu smartphone Pixel 6 e sua versão Pro, meses atrás. “É o primeiro smartphone que usa o Google Tensor, uma plataforma computacional móvel criada em torno das mais atuais descobertas nossas em Inteligência Artificial e Machine Learning”, disse Brian Rakowski, VP de Produtos. Um exemplo é que você consegue usar seu celular para traduzir em tempo real qualquer língua, graças à rapidez com que desvenda essa interação social — o Google anunciou mais 24 novas línguas disponíveis, incluindo o guarani. O celular superou em rapidez as vendas do Pixel 4 e 5 combinados. E ele tira fotos com qualidade profissional, juram. E como não querem ficar somente na faixa dos celulares caros, apresentaram a versão 7a, pelo preço difícil de bater, de US$ 449.

O Google espera que seu Tensor SOC seja um sistema de hardware comum a todo o portfólio Pixel. No setor fones de ouvido o Google não se destacava muito e fez uma reviravolta, por US$ 199. A reclamação era que os anteriores deixavam entrar muito ruído ambiente. O Pixel Earbud, que será lançado em julho, terá cancelamento ativo de ruído, além de bateria estendida de cinco para 11 horas.

Nada lançado no I/O pode falar sozinho, tem de interagir com toda a família Pixel. E o primeiro smartwatch da empresa, criado “da cabeça aos pés” dentro do Google, nasceu redondo e em belo corpo de aço inoxidável. Um dos usos mais declarados de usuários de smartwatchs é o de informações em tempo real sobre a saúde de quem o está utilizando — como o Google comprou a gigante fitness Fitbir por US$ 2,1 bilhões, claro que sua integração com o relógio era mais do que esperada. Pichai disse que é seu “uso preferido”.

Mesmo sendo um hardware no mercado há um tempo, o Google Home Hub Max tira proveito da evolução do Google Assistente — isso se você for daquelas pessoas que gostam de falar com aparelhos. No lugar de começar toda interação com “Ei, Google”, agora basta olhar para o aparelho. Sim, só olhar e começar a falar — ele detecta seus olhos e se estão parados à espera de uma resposta. A tela é um pouco menor que de um tablet — setor que a empresa não aguentou e admitiu que está fazendo versões Pixel do aparelho para 2023, que serão muito diferentes do esquecível Pixel C de 2015.

Claro que uma das atrações da I/O no mundo digital foi o anúncio do novo Android 13 — em 2021, consumidores ativaram 1 bilhão de sistemas Android do Google, que é o mais usado no mundo. Só em tablets de outras empresas, já são 270 milhões instalados. No setor “ainda não existe”, o Google exibiu óculos de Realidade Aumentada que mostram o usuário ouvindo uma língua estranha e uma tradução aparece instantaneamente no canto da lente. Um leve vislumbre do futuro…

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