Os primeiros sinais de que a recessão econômica estava finalmente ficando para trás começaram a surgir no ano passado. Ainda assim, os reflexos da crise que fez milhares de empresas de diferentes setores fecharem as portas ainda emperram a retomada do crescimento. Entre as exceções estão companhias de capital aberto, que conseguiram driblar as dificuldades com os resultados de operações em outros países. É o caso da maior fabricante de rodas do mundo, a Iochpe-Maxion, que mesmo com o fraco desempenho das principais montadoras do Brasil, viu o seu lucro líquido saltar mais de 3.000% em um ano. Em entrevista à DINHEIRO, o presidente da companhia, Marcos Oliveira, diz que o sucesso se deve ao investimento na internacionalização e revela a nova aposta para continuar crescendo: uma parceria com uma das maiores empresas do setor automotivo da China, a Dongfend.

O objetivo da associação é construir uma nova fábrica com capacidade de produção de dois milhões de rodas de alumínio para veículos leves, que serão produzidas na China. Com diversificação no portfólio, o executivo estima criar mais de 450 empregos diretos na região. “A nossa principal prioridade hoje é aumentar a presença da companhia na Ásia”, diz. “É o maior mercado automotivo do mundo e concluímos que a Dongfend seria o melhor parceiro para crescemos lá.” As vendas na Ásia representam cerca de 9% da receita total da empresa. Com o acordo, o executivo pretende alavancar esse percentual para 20% nos próximos anos. O eixo da estratégia está alinhado com o setor. Entre 2008 e 2018, as vendas de veículos leves cresceram 25,7% no mercado asiático, segundo dados da consultoria IHS Markit.

Larga escala: até o fim do ano, a empresa vai inaugurar pelo menos três novas fábricas ao redor do mundo (Crédito:Tang Maika)

As boas novas da empresa não param por ai. O balanço do quarto trimestre de 2018, também divulgado nesta semana, mostra que a empresa fechou o ano com uma receita operacional líquida de R$ 9,6 bilhões, um crescimento de 28,4% em relação ao ano anterior. O lucro líquido saltou de R$ 6,4 milhões em 2017 para R$ 201,3 milhões no ano passado. Hoje, a Iochpe-Maxion tem 31 fábricas em 14 países. “A força da nossa internacionalização, somada à nossa posição de liderança no segmento, é o que garante o sucesso da nossa expansão”, diz Oliveira. O mercado europeu, que é responsável por 36% das vendas do grupo, é o que soma a maior parte das receitas, contra 25% do que é faturado com os negócios no Brasil.

A roda da fortuna, porém, não deve parar de girar. Ainda este ano, a Maxion vai inaugurar uma fábrica de rodas de alumínio na Índia, uma nova linha de estampados no México e uma operação de chassis para picapes na Argentina. E esse parece só o começo.