Há 11 anos e com 200 filiais da Wise Up, o empresário e investidor Flávio Augusto da Silva, sócio-proprietário da Wiser Educação, do time Orlando City e idealizador da plataforma meuSucesso.com, está determinado a acelerar a diversificação de seus negócios em 2020. E a estratégia para isso está definida: o private equity (investimento privado em empresas que ainda não são listadas em bolsa de valores).

Em 2008, quando recebeu a proposta do bilionário Carlos Wizard Martins para comprar sua rede de escolas por R$ 200 milhões, ele teve um choque de realidade.

Pediu 30 dias para pensar na resposta enquanto tentava analisar a estratégia do então concorrente, dono da rede de escolas de idiomas Wizard. “Eu precisava saber o que Wizard enxergava no meu negócio. Então fui atrás de entender como o equity funciona”, conta. Depois de entender o que o equity representaria, ele se tornou um entusiasta do conceito – e tem pregado o uso do equity para que as empresas possam crescer mais. Em entrevista à repórter Katherine Rivas, durante o evento Masterclass Power House 2020, em São Paulo, Flávio Augusto, com mais de R$ 2,1 bilhões em empresas, explicou por o equity é importante para gerar valor em um negócio.

Por que empresários brasileiros não sabem lidar com equity?
Os pequenos e médios empresários estão focados em sobreviver, crescer ou desenvolver produtos. Não existe conhecimento nem lugar para aprender sobre isso. O empreendedor vai procurar onde? Na universidade? No Sebrae?

No Power House, notei que 70% do público, cerca de 2,8 mil empresários, não sabiam o que equity significava.

Como o equity valoriza o negócio?
Olho muito para o valuation, o interesse do mercado e do investidor na empresa.

Quando crio um negócio, toda a minha gestão é orientada no equity. Assim, implemento itens como recorrência, margem alta, governança, auditoria, entre outros. Desde o primeiro dia da fundação do meuSucesso.com, que hoje tem quatro anos de existência e um valor de R$ 200 milhões, o projeto nasceu fundamentado no equity. Com foco no valor, não apenas no lucro.

Há planos de aquisições em 2020?
Sim. Até abril quero fechar as negociações. São duas empresas do setor de educação, que serão adquiridas com capital próprio. No momento, não posso revelar o nome. O que podemos adiantar é que estamos interessados em novos negócios nas áreas de educação, franchising, idiomas e edutechs.

Vai abrir o capital?
O IPO está nos nossos planos, mas ainda não definimos se será no Brasil ou no exterior. Queremos que aconteça este ano. Então, o plano para 2020 é expandir, investir, fazer aquisições e abrir capital.

(Nota publicada na edição 1153 da Revista Dinheiro)