O Instituto Semeia, organização sem fins lucrativos que busca fomentar parcerias público-privadas para conservação e exploração de parques urbanos e naturais, elaborou pesquisa com a finalidade de compreender o que as pessoas pensam sobre concessões de parques públicos além de tenra entender também as razões que fazem com que a visitação das unidades de conservação existentes seja ainda muito baixa no País. Para Fernando Pieroni, diretor do Semeia, o poder público não tem condições de, sozinho, cuidar de todos os parques existentes e a melhor alternativa para a conservação seria por meio de parcerias com a iniciativa privada, que faria a exploração econômica dos espaços dentro de uma política ambiental definida pelo poder público. “Não se trata de entregar tudo nas mãos das empresas e deixar que elas façam o que bem entender”, disse. “A ideia é que a iniciativa privada explore esses espaços em troca de contribuir com a conservação deles e dar apoio nas atividades de fiscalização.” O levantamento mostra, por exemplo, que 53% dos pesquisados são favoráveis a concessões e parcerias para a manutenção de parques naturais e 64% apoiam concessões de parques urbanos. Outro dado curioso é que 83% dos entrevistados concordam que “mesmo quando tem dinheiro o governo não é eficiente na gestão dos seus recursos”. No que diz respeito à visitação de parques naturais, 47% responderam que a principal barreira é o alto custo da viagem. Quanto aos parques urbanos, a grande distância entre local de residência e destino é o principal empecilho para 31%. Questões como segurança e infraestrutura deficitária também são citados como barreiras. O estudo ajudará na elaboração de propostas de concessão e também nas estratégias necessárias para que as pessoas olhem com mais interesse para os parques, sejam nacionais, estaduais ou municipais.

(Nota publicada na edição 1162 da Revista Dinheiro)