No programa MOEDA FORTE desta semana, Carlos Sambrana, diretor de redação da ISTOÉ DINHEIRO, recebe Samuel Canineu, CEO do banco ING no Brasil. Na crise bancária de 2008, o banco quase desapareceu em meio a perdas bilionárias. Mas, socorrido pelo governo holandês, deu a volta por cima e no ano passado registrou um lucro líquido de 4,9 bilhões de euros.

No Brasil, o executivo tem a missão de consolidar o ING como um dos grandes players do mercado de atacado. Nesta entrevista, ele vai falar sobre sua estratégia para atingir esse objetivo.

Neste quinto bloco (acima), ele fala sobre política e economia. Canineu conta que quando voltou ao Brasil, seis meses atrás, havia uma sensação de melhora. Porém, a incerteza da eleição presidencial e a greve dos caminhoneiros fizeram com que o cenário econômico piorasse. Apesar disso, o executivo garante que o banco ING acredita no potencial do País no longo prazo. “Estamos com um plano de expansão no Brasil. Queremos ser maiores e mais relevantes no País”, afirma. Canineu destaca ainda a necessidade urgente de reformas como a da Previdência, tributária e política, e define qual deve ser o perfil ideal do novo presidente da República. “Precisa ser pragmático, rápido, honesto e ter bom senso”, diz.

BLOCO 4

O executivo fala sobre o cenário econômico mundial. De acordo com o executivo, o ING tem uma estratégia bem definida de longo prazo para enfrentar os ciclos de crise. “O mundo vive de ciclos e esse é mais um deles”, afirma. Canineu comenta ainda que o investimento em ‘projetos verdes’ vem da cultura holandesa. “O país foi um dos primeiros a investir em energia renovável. Não fazer mal ao meio ambiente não é suficiente. A gente tem que ajudar a melhorar”, diz. As iniciativas do banco abrangem todas as esferas: do lixo reciclado até o incentivo para projetos de financiamento sustentável.

BLOCO 3

Canineu fala sobre inovação e a mudança de cultura da empresa que adotou o estilo de gestão inspirado em startups e criou um fundo de 300 milhões de euros para investir nessas empresas. “Hoje a gente vê as fintechs como parceiras e não como ameaças”, diz. De acordo com o executivo, a empresa criou esquadrões multidisciplinares com autonomia para a tomada de decisões e buscou eliminar uma infraestrutura altamente hierárquica. “A melhor forma de inovar é simplificar os processos com decisões mais rápidas e maior colaboração”, afirma. Na avaliação do executivo, quebrar paradigmas não é fácil e o exemplo precisa vir do topo. “O nosso CEO global diz que somos uma empresa de tecnologia com licença bancária”, destaca.

BLOCO 2

O executivo fala sobre a operação do banco no País. Segundo ele, o ING no Brasil é um banco de atacado, ou seja, um banco para grandes empresas e atua em setores como commodities, energia, infraestrutura, Telecom e tecnologia. “Temos quase R$ 20 bilhões de ativos, patrimônio líquido de R$ 900 milhões e bastante vontade para crescer no Brasil”, diz. De acordo com Canineu, o principal negócio do banco no País são os empréstimos. “A nossa operação hoje no Brasil é anticíclica. Nos últimos três anos, o ING só cresceu”, afirma.

BLOCO 1

Canineu conta que, antes da crise, o ING era um banco global com mais de 100 mil funcionários. Hoje, tem 51 mil colaboradores. “Após a crise, o banco teve que voltar à base e focar nos principais negócios”, afirma. De acordo com o executivo, o banco voltou a crescer e, no varejo, já é o maior de internet do mundo. “O modelo digital do ING está crescendo muito. Ano passado foram 1,5 milhão de novos clientes”, diz.