Francisco Pereira, CEO da Trademaster, fintech especializada em soluções financeiras B2B, falou dos planos da empresa para 2021 e de como a pandemia afetou inicialmente os negócios no último ano. Segundo o executivo, a meta é dobrar de tamanho nos próximos 12 meses e lançar novos produtos.

Qual o negócio da Trademaster?
A Trademaster é uma fintech de soluções financeiras e de crédito B2B. Foi fundada em 2015 com o objetivo de facilitar o crédito para pequenos varejistas, que dependem muito dos prazos de pagamento definidos pelos fornecedores, e que nem sempre são os mais adequados. Para fazer isso, nós substituímos o crédito que a indústria dá ao pequeno varejo.

Quem são seus clientes?
Temos cerca de 400 mil clientes. A maioria absoluta de pequenos varejistas. Mas também contamos com distribuidores e algumas indústrias. Alongamos os prazos e aumentamos os limites de crédito. Por exemplo, um varejista que comprava da indústria para pagar em até sete dias e tinha limite de R$ 5 mil. Conosco ele tem limite de R$ 20 mil e pode pagar em até 28 dias ou mais. Tudo é feito em um ambiente virtual, não existe um cartão de crédito físico.

Qual o prazo médio e o tíquete médio?
O prazo médio de nossa carteira é de 42 dias. Mas tudo depende do setor. Não faz sentido dar 90 dias de prazo para os segmentos de sorvete ou de iogurte, produtos com prazos de validade baixos. Na volta às aulas chega a 180 dias. Quanto ao tíquete, como trabalhamos com varejos muito pequenos, a média gira em torno de R$ 4 mil.

Como foi o comportamento do setor durante a pandemia?
Sofremos bastante no começo. Nossa operação teve retração de 47% no volume transacionado entre março e maio. O número de operações por dia chegou a encolher 64%. Em compensação, a recuperação do crédito tem sido acelerada. Entre o final de maio e novembro crescemos 211% e o número de operações por dia aumentou 450%, comparando a média mês a mês.

Qual a expectativa para este ano?
Queremos dobrar o tamanho da empresa em 2021. Fechamos 2019 com cerca de 20 mil operações por mês. Em 2020, a média de operações mensais saltou para 90 mil. E para este ano, planejamos chegar perto das 220 mil operações mensais. Transacionamos R$ 6 bilhões no ano que terminou e esperamos alcançar entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões até dezembro deste ano.

A economia vai colaborar para isso?
Os empréstimos que fazemos não são para salvar empresas, mas para permitir que as lojas continuem funcionando. Estamos ajudando esse varejo a crescer mais. Há uma tendência de expansão de vários contratos que assinamos ao longo de 2020. Por isso acreditamos que vamos dobrar de tamanho.

Vocês pretendem oferecer mais produtos?
Sim. Em 2021 queremos oferecer um tipo de crédito diferente, focado para reforma de ponto de venda e compra de equipamento. Estudamos também a oferta de empréstimo consignado e produtos de seguro. Queremos oferecer uma plataforma de produtos e vamos investir na interface de comunicação com o pequeno varejo e na escalabilidade das modelagens de crédito.

FUNDOS
Gestoras independentes ganham mais clientes

A quantidade de cotistas em fundos de investimento cresceu 16,1% em 2020, avançando para 23,1 milhões no fim do ano passado ante 19,9 milhões no fim de 2019. O maior crescimento ocorreu nas gestoras independentes, cuja base de cotistas avançou 45,6%. A base dos grandes bancos de varejo avançou 4,1%. O levantamento é da empresa de informações financeiras Economatica, e considera apenas os fundos que estavam abertos à captação em dezembro de 2019.

CRÉDITO IMOBILIÁRIO
Pandemia acelera crescimento da PagBrasil

O número de transações processadas pela fintech PagBrasil cresceu 194% em 2020 devido à expansão do comércio eletrônico em razão das medidas de isolamento social adotadas para deter o avanço da pandemia provocada pelo coronavírus. A estimativa é de um crescimento no mesmo ritmo em 2021, com foco nos 45 milhões de brasileiros pertencentes à População Economicamente Ativa (PEA) e que não possuem relacionamentos bancários.

Número da semana
5,69% 

Foi a inflação da terceira idade no acumulado em 12 meses até dezembro. O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação dos preços da cesta de bens e serviços consumidos por famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos de idade, subiu 2,81% no quarto trimestre de 2020. Para comparar, o índice de inflação sem essa especificidade avançou 5,17% nesse período, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A principal contribuição para a alta da inflação foi do grupo Alimentação. Os preços subiram 5,91% no quarto trimestre, ante 2,74% no trimestre anterior. Os preços do segmento Habitação avançaram 3,40% ante 1,72% do trimestre anterior, pressionados principalmente pela alta de 11,68% nos preços da energia elétrica.