Mais uma gigante mundial é acusada de racismo. De acordo com reportagem publicada pela agência Reuters, a Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego dos Estados Unidos está realizando uma investigação para elucidar se o Facebook adota políticas que contribuem para a discriminação generalizada na contratação de pessoas negras.

A acusação só veio a publico no início do mês, mas começou em julho do ano passado quando o gerente do programa de operações da empresa, Oscar Veneszee Jr., e dois candidatos alegaram que a companhia de Mark Zuckerberg discrimina candidatos e funcionários negros, baseando-se em avaliações subjetivas e promovendo estereótipos raciais problemáticos. Se confirmado, o episódio engrossa uma triste estatística que, no Brasil, indica que 64,2% da população desocupada é negra.

O dado faz parte de um levantamento realizado pela Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial. Na política, o quadro é ainda pior, com somente 24,4% dos representantes sendo das cores parda ou negra. É justamente na capital do Executivo, Brasília, que está em andamento uma iniciativa para tentar reverter o quadro.

Vinte juristas foram convidados pela Câmara dos Deputados para revisar os aspectos da legislação brasileira que tratam sobre racismo. Na agenda de trabalho estão a revisão da política de cotas na educação, políticas públicas sobre a saúde da população negra, precarização das relações de trabalho, violência e bancarização da população. A comissão tem 120 dias para apresentar suas recomendações.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1213 da Revista Dinheiro)