Na quinta-feira 5, a empresa controlada pelo bilionário mexicano Carlos Slim anunciou uma oferta pública de aquisição (OPA) para comprar 100% das ações preferenciais da Net. O preço oferecido é de R$ 23 por ação, o que totalizará um desembolso de R$ 4,6 bilhões, considerado baixo pelos analistas.

 

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Carlos Slim: Na ofensiva

 

“A Net é a empresa com o melhor potencial de crescimento do setor e a que tem o melhor mix de serviços”, escreveu Michel Morin em relatório do Barclays Capital. A proposta de Slim é considerada uma pechincha. O consenso entre os analistas é de que o preço justo para a ação é de R$ 27, o que daria um montante de R$ 6,2 bilhões.

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A diferença, R$ 1,6 bilhão, deixará de entrar no bolso dos minoritários. Segundo analistas, a oferta seria o primeiro passo para Slim consolidar todas as suas operações – telefonia fixa, móvel, transmissão de dados e tevê a cabo – em uma única empresa. As perspectivas para os minoritátios não são boas, pois eles terão pouco poder para exigir mais dinheiro. “Não vale a pena para os pequenos investidores rejeitarem a oferta e manter o papel na carteira”, diz Luciana Leocádio, da corretora Ativa. Mesmo que a Embratel não compre todas as ações, sua liquidez vai diminuir muito.

 

 

 

Destaque no pregão


CCR compra mais estradas

 

A CCR adquiriu o controle da Rodovia Integrada Oeste, responsável pelas concessões da SPVias. Por R$ 947,2 milhões, a CCR aumenta sua participação nas estradas paulistas. A companhia somará os pedágios da Castelo Branco e da Raposo Tavares, nas quais já participava, aos de suas controladas Bandeirantes,  Dutra e Anhanguera.

 

 

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A equipe da CCR somou os seus resultados aos da SPVias para ponderar os benefícios da compra. O resultado seria um acréscimo de 15% aos R$ 634,6 milhões no lucro líquido de 2009. O negócio está dentro do plano de expansão da CCR, que também diversifica seu negócio com infraestrutura no transporte e a inspeção veicular.

 

 

Palavra de analista

 

O preço pago pela CCR para adquirir a Rodovia Oeste está condizente com o potencial do negócio. “O período é favorável para a concessão rodoviária pela projeção de fluxo crescente de veículos nas rodovias”, diz Antonio Bezerra, da Lopes Filho. Pelas projeções da consultoria, a atividade econômica vai se manter aquecida nos próximos anos. É sinal de que a produção brasileira continuará a passar pelas rodovias, pois 60% do transporte de carga é via terrestre.

 

 

 

 

Quem vem lá


Nova petrolífera na bolsa

 

A OGX é uma das ações mais negociadas da bolsa. Nos próximos meses, ela terá a companhia de outra recém-chegada. A HRT Petróleo, lançada por ex-funcionários da Petrobras no fim do ano passado, enviou à CVM o prospecto preliminar para o lançamento de suas ações na bolsa. Logo que foi criada, a companhia realizou uma emissão de títulos privados de quase R$ 500 milhões. O valor da oferta ainda não está definido, mas 75% dos recursos captados serão aplicados na exploração da Bacia do Solimões, na Amazônia. A HRT é presidida pelo geólogo Márcio Mello e um de seus executivos é Eduardo Teixeira, que chefiou a Petrobras no governo Collor de Mello.

 

 

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Fique de olho: Assim como a OGX, a HRT é uma empresa pré-operacional, o que aumenta o risco do investimento

 

 

 

 

 

Educação financeira

 

Interessada em ampliar sua área de educação financeira, a corretora Ágora firmou parceria com o New York Institute of Finance e levará investidores brasileiros para aprenderem sobre o mercado de capitais em Nova York. A primeira turma segue para os EUA em 6 de setembro e o curso custa US$ 3,7 mil.

 

 

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Touro x urso

 

Os bons resultados das empresas no fim de julho e nos primeiros dias de agosto animaram os mercados. Balanços positivos de bancos americanos e de empresas de tecnologia e medicamentos fizeram as ações subir ao redor do mundo, e o Brasil não foi exceção. O IBovespa avançou 1,32% entre os dias 30 de julho e 5 de agosto, dando pouca importância ao principal temor dos investidores, que é a capacidade de a economia americana retomar um crescimento sustentável nos próximos trimestres. Nos próximos dias, o mercado vai se voltar para os indicadores da economia brasileira, entre ele o resultado das vendas no varejo em junho, que serão divulgados na quinta-feira 11 e em balanços importantes, como o da Petrobras, cuja divulgação está prevista para a sexta-feira 13.

 

 

 

 

Bancos


O lucrativo semestre do Itaú Unibanco

 

O Itaú Unibanco registrou um recorde no primeiro semestre. O lucro líquido de R$ 6,4 bilhões é o maior já registrado por uma instituição financeira em seis meses, com retorno sobre o patrimônio líquido de 24,4%.

 

 

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O destaque foi o aumento das carteiras de crédito imobiliário e para pequenas e médias empresas. Apesar do bom desempenho do banco de Roberto Setubal, os investidores não se animaram. A ação preferencial (ITUB4) caiu 3% na terça-feira 3, data do anúncio. 

 

 

 

 

Maiores altas da semana

 

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Maiores baixas da semana

 

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

 

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Termômetro do mercado

 

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As 10 mais negociadas do Ibovespa

 

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Bolsa no mundo

 

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Cartões


De olho nos turistas

 

Há pouco mais de um mês os terminais da Redecard passaram a aceitar os cartões da arquirrival Visa. O fim da exclusividade acirrou a concorrência e a Redecard foi à luta, o que já se reflete no balanço do segundo trimestre, divulgado na segunda-feira 2. Os gastos com marketing subiram 77% em relação a 2009. Ainda assim, o lucro cresceu 9,1%, para R$ 374,6 milhões.

 

 

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Medeiros: querendo atender as consultoras da Natura

 

 

A operadora agora busca parcerias com bandeiras internacionais e capturar as transações dos turistas da Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016. Roberto Medeiros, presidente da Redecard – que não se importa de chamar os terminais de “maquininhas” – conversou com a DINHEIRO.

 

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DINHEIRO – Como o sr. avalia a concorrência após o fim da exclusividade e com a chegada do Santander, por meio da GetNet?

ROBERTO MEDEIROS – Nós já vivíamos em um ambiente de competição desde antes do fim da exclusividade, pois a GetNet já concorria conosco pelas transações da Mastercard. Agora nos preparamos para disputar novos nichos de cliente e oferecer novos produtos.

 

DINHEIRO – Quais?

MEDEIROS – Já processamos transações de médicos, dentistas e psicólogos. Queremos aumentar nossa participação nos segmentos de saúde, educação e distribuição de comida e bebida no varejo. Também esperamos introduzir produtos inovadores no mercado, como celulares que emulam as maquininhas e podem ser usados em vendas porta-a-porta, pelas representantes da Avon, da Natura e da Mary Kay, por exemplo. 

 

DINHEIRO – Como está o andamento de parcerias para a operação de novas bandeiras?

MEDEIROS – Nossas maquininhas aceitam 19 bandeiras para realizar operações de crédito, débito, e para pagar alimentação e refeições. Estamos nos preparando para ampliar essa base para atender mais clientes durante a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Vamos aceitar bandeiras que não são emitidas no Brasil, para que os turistas possam usar seus cartões aqui. 

 

DINHEIRO – Quais bandeiras vocês querem conquistar?

MEDEIROS– Já aceitamos a americana Discover. O objetivo é ter tantas bandeiras quantas sejam necessárias. É um processo demorado, leva um ao para acrescentar uma bandeira estrangeira ao nosso sistema.

 

DINHEIRO – Vocês estão investindo em marketing devido à concorrência estar mais acirrada?

MEDEIROS – Não. Boa parte do aumento foi provocada pela entrada em novas regiões, como Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Há pessoas e perfis diferentes nesses novos mercados, por isso aumentamos a divulgação. 

 

 

Pelo mundo


Icahn na Motorola

 

O megainvestidor americano Carl Icahn elevou sua participação no capital da Motorola de 8,75% para 9,99%, tornando-se, assim, o maior acionista minoritário da companhia. Ele comprou 10,2 milhões de ações ordinárias na quarta-feira 4, por US$ 7,62 cada. Foi sua segunda aquisição no ano. Em maio, ele já havia comprado 31,2 milhões de papéis da empresa. 

 

 

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Barnes & Noble à venda 

 

As ações da maior livraria dos Estados Unidos, a Barnes & Noble, subiram 19,2% na quarta-feira 4 na Bolsa de Nova York, após a empresa anunciar que seu fundador, Leonard Riggio, pode unir-se a um grupo investidor para comprar todas as ações da empresa e, posteriormente, fechar o capital. 

 

 

 

Toyota prevê lucro maior 

 

A montadora japonesa Toyota lucrou US$ 2,22 bilhões no segundo trimestre de 2010, ante um prejuízo de US$ 909 milhões em 2009.  A montadora elevou, na quarta-feira 4, sua previsão de lucro deste ano para US$ 3,96 bilhões. A Toyota teve de realizar recalls de 8,5  milhões de veículos.

 

 

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