É recorrente, no segmento dos vinhos finos, a conversa de que o consumo de brancos e tintos é muito baixo no Brasil. Entra ano e sai ano, e esta porcentagem não chega a dois litros per capta. Mais baixa, ainda, é a participação dos vinhos entre os produtos importados para o Brasil. Pelos cálculos de Adão Morellatto, sócio da International Consulting, este segmento representa 0,21% da pauta de importação brasileira.

É de se pensar que, se não houvesse tantos entraves, o vinho poderia ter um papel mais relevante, tanto na importação como na exportação (a venda de vinho brasileiro para o exterior é pequena, porém crescente). Entre os portos, que concentram a entrada das garrafas estrangeiras, Santos é o mais importante neste setor. Quase 40% do total da importação de vinho chega pelo Estado de São Paulo. Em seguida, vem Santa Catarina, com 19,07% dos conteiners, e Espírito Santos, com 16,82% – aqui, pelos
benefícios fiscais do Estado para o e-commerce.

Estes dados acompanham o balanço anual da International Consulting sobre os vinhos importados. Em 2018, a importação de vinhos para o Brasil registou um aumento de 1,79% em valor, apesar da queda de 1% no volume importado. Como vem acontecendo desde 2002, o Chile liderou este ranking, mesmo com a pequena queda registrada em relação a 2017. As importações de vinhos do país andino caíram 0,74%,
em valor, e 0,44% em volume na comparação entre 2018 e 2017.

Em segundo lugar neste ranking, ficou a Argentina, apesar das previsões, ao longo do ano passado, de que Portugal ultrapassaria o país do Tango e chegaria à vice-liderança deste ranking. Houve um crescimento de 2,30% no valor da importação dos vinhos argentinos para o Brasil, mesmo com a queda de 1,16% em volume. No caso de Portugal, houve um crescimento de 17,94% em valor e de 8,23% em volume de garrafas importadas para cá.

O ranking segue com a Itália em quarto lugar, seguido pela França, em quinto lugar. Nos vinhos franceses, que caiu 12,12% em valor com o mesmo volume importado, a explicação do desempenho pífio está nos champanhes, que registrou uma queda de
40%.