Maior operadora do Brasil, a Bradesco Saúde tem conseguido, com precisão cirúrgica, manter o ritmo de crescimento apesar da forte redução do número de segurados no País. Em 2018, com cerca de 3,6 milhões de clientes, a empresa e sua controlada Mediservice contabilizaram, juntas, faturamento superior a R$ 23,7 bilhões — crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número fica ainda melhor quando se sabe que a companhia perdeu mais de 700 mil segurados em três anos. “Apesar dos desafios, conseguimos nos sair bem no ano passado”, afirma Manoel Peres, diretor-presidente da Bradesco Saúde. “Temos a expectativa de que em 2019 a vida vai melhorar um pouco, com a economia se movimentando mais, com crescimento do PIB e o retorno da renda e do emprego.”

Para conseguir equilibrar os negócios e crescer em um mercado em queda, o executivo prescreveu uma reestruturação do modelo de negócios. Segundo ele, foi preciso renegociar contratos e alterar a fórmula de remuneração dos mais de 46 mil prestadores médico-hospitalares. “Em vez de pagar pelo modelo de conta aberta, em que éramos cobrados por cada gaze, cada agulha e cada seringa, adotamos o sistema que a gente chama de procedimento padronizado, em que práticas com elevada previsibilidade de desfechos clínicos, tipo hérnias e partos, tenham um valor fixo”, diz Peres. “Dessa forma, a gente deu mais segurança para os nossos clientes empresariais e manteve o custo da assistência mais estável.”

(Nota publicada na Edição 1113 da Revista Dinheiro)