Depois de duas tentativas fracassadas ao longo do ano, a saga da fusão entre as empresas Sapore, uma das maiores fornecedoras de alimentação corporativa do País, e a International Meal Company (IMC), dona do Viena e do Frango Assado, tem um novo capítulo. Em setembro, a IMC colocou fim ao acordo que criaria um novo grupo com faturamento superior a R$ 3,1 bilhões. Em novembro, a Sapore insistiu e lançou uma oferta hostil (OPA) para comprar 41,6% das ações da IMC. Nesta semana, depois de a IMC recomendar que os acionistas não aceitem a OPA, cinco gestoras de fundos pediram a inclusão de uma cláusula de proteção no estatuto para impedir que qualquer acionista tenha participação superior a 30% da empresa. A DINHEIRO apurou que, como o empresário se tornaria o principal acionista da IMC, o receio é que ele aprove a combinação dos negócios nas condições que desejar. “A falta de transparência reforça que todo esse arranjo está errado”, diz uma fonte do setor. Por outro lado, o fundador, Daniel Mendez, diz que está disposto a divulgar informações da auditoria realizada pela IMC entre os acionistas. “Não estaria na terceira tentativa se eu não tivesse certeza da capacidade do meu negócio”, diz. “Queremos levantar essas marcas que hoje não são mais atrativas no mercado.” A OPA expira no dia 19 de dezembro. Resta esperar se os acionistas darão sinal verde à compra.

(Nota publicada na Edição 1099 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Claudio Gradilone e Valéria Bretas)