A Itaúsa e a Votorantim se uniram para comprar 14,86% de participação da Andrade Gutierrez Participações na CCR. O anúncio da proposta não vinculante foi feito na quarta-feira (23) e chega a R$ 4,1 bilhões por 300 milhões de ções de uma das maiores empresas de infraestrutura e mobilidade do País. Conforme fato relevante divulgado pelas empresas, dentro do valor anunciado, a Itaúsa ficaria com 208,7 milhões de ações, equivalente a 10,33% do capital total da CCR, com investimento de R$ 2,9 bilhões. O restante irá para a Votorantim, que já detém outros 5,8% de participação, totalizando também 10,33%. Com essas fatias, elas passariam a figurar ao lado de outros grandes sócios da CCR, o grupo Camargo Corrêa (14,85%) e o Soares Penido (15%).

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A conclusão da transação está condicionada à realização de “due diligence” para avaliar os documentos, e também à celebração de um novo acordo de acionistas. A Itaúsa, que não comentou nada além do que está no fato relevante, informou que poderá fazer uso de seu caixa ou poderá captar recursos no mercado para financiar a aquisição. O mais provável é que a holding use parte do dinheiro obtido mais cedo em março com a venda de uma parte das ações da XP que possui.

Para a Itaúsa, o investimento representa um avanço nas aplicações em infraestrutura, que começaram no ano passado com a aquisição, indiretamente, de parte da companhia de água e esgotos do Rio de Janeiro, a Cedae. Já o grupo Votorantim afirmou em seu comunicado que o potencial investimento “faz parte da estratégia da VSA de diversificar seu portfólio de negócios, buscando maior equilíbrio de suas fontes de resultado e ampliando suas oportunidades”.

Fundada em 1999 e uma das primeiras companhias de infraestrutura a listar suas ações no Novo Mercado da B3, a CCR atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços e, atualmente, é uma das maiores companhias desse setor na América Latina. Recentemente, o fundo de private equity IG4 fez uma proposta de quase R$ 5 bilhões pela participação da Andrade Gutierrez no negócio, mas sem sucesso. A oferta estaria condicionada a uma revisão no acordo de acionistas e não prosperou. Pressionada por credores para honrar suas dívidas, a Andrade Gutierrez saiu em busca de um comprador para sua participação, apesar dela representar um importante gerador de caixa para a empreiteira.