A DM9DDB, segunda maior agência de publicidade do País, mudou o layout. Fisicamente, na semana passada, trocou de sede, com malas e bagagens, para um dos chamados edifícios inteligentes, com elevadores programados para evitar o excesso de pessoas, sistemas de telecomunicações conectados em fibra ótica e uma parafernália tecnológica de última geração. Organicamente, a DM9 está incorporando outro estilo de gestão: criou quatro vice-presidências. Toda a virada diz muito da nova fase da empresa, interligada, mais do que nunca, com o mundo. Na era da globalização, a DM9, com seu sócio majoritário DDB, converte-se de vez em uma agência internacional.

O braço brasileiro do grupo tem conquistado cada vez mais influência em outros países, através da elaboração de campanhas para as 88 filiais da matriz da DDB, e costuma inclusive dar dicas de como abocanhar grandes clientes para o conglomerado. É o caso da conquista da conta mundial do grupo Telefonica, obtida em parte graças à experiência que a DM9 acumulou aqui com o grupo espanhol nos últimos anos. O coroamento dessa influência acontece nesta semana, quando o presidente da agência, Affonso Serra, embarca para Nova York a fim de participar da reunião do conselho mundial da DDB. Será o primeiro publicitário da América Latina a participar dessas reuniões, que basicamente conta apenas com representantes dos Estados Unidos e Europa. ?Minha nomeação para o conselho foi anunciada há 15 dias. Ainda nem sei direito o que ocorre nesses encontros?, admite Serra, em meio à correria de seu dia-a-dia.

De sua nova sala, cercada de vidros, o publicitário tem uma excelente vista da agitação de São Paulo, mas sobretudo acompanha o que ocorre na agência, com a equipe de 233 profissionais. Os novos vice-presidentes ? Erh Ray (criação), Sérgio Valente (redação), Paulo Queirós (mídia) e Alcir Gomes Leite (pesquisas, Internet e novos negócios) ? são seus contra-mestres nos negócios da agência. Estão auxiliando nas decisões que antes ficavam concentradas em Serra. A Internet, como não poderia deixar de ser, garantiu boa parte do crescimento do faturamento neste ano, que superou as expectativas. O boom das empresas pontocom e dos departamentos ligados à rede mundial de computadores dos clientes da agência contribuiu para que entre janeiro e setembro a receita chegasse a R$ 400 milhões, valor alcançado em todo ano de 1999. As estimativas agora são de um faturamento de R$ 460 milhões até dezembro. É a glória da nova era.