O último balanço do setor de consórcios revelou um pequeno fenômeno no mundo das finanças. Nos cinco primeiros meses deste ano, esta indústria conquistou 6,5 mil novos clientes por dia. Com isso, o número de participantes da modalidade atingiu a marca de 3,21 milhões ? 11% a mais do que a registrada em maio do ano passado. Nestes cinco meses, a estrela do setor foi o consórcio de imóvel, com crescimento de 50% em relação ao mesmo período de 2003. De maneira geral, porém, a diversificação injetou novo gás nesta modalidade de financiamento em grupo. ?A falta de linhas de crédito imobiliário e o aumento da credibilidade dos produtos contribuíram para a expansão?, explica Consuelo Amorim, presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio. Existe ainda uma outra justificativa para este entusiasmo. Está provado que as administradoras independentes conseguiram sobreviver à concorrência dos grandes bancos de varejo, que há um ano lançavam o consórcio na prateleira das suas agências.

Passado o susto inicial, as administradoras independentes encontraram uma saída para enfrentar os gigantes. Algumas, como o Consórcio Battistella, partiram para novos mercados, levando na bagagem produtos exclusivos. Na última semana, a Battistella lançou um consórcio para compra de material de construção em parceria com a Constru & Cia., uma rede de lojas no Paraná. Em movimento semelhante, a Unifisa optou pela diversificação. Começou com um consórcio para a compra de motocicletas importadas e, em seguida, partiu para jet ski, minicarros e até piscinas. Hoje, já é possível formar grupos para comprar de pneus de caminhão a instrumen-
tos para bandas e fanfarras. ?Com os produtos musicais, conquistamos os consumidores evangélicos?, comemora Luiz Fernando Savian, um dos sócios da Unifisa.

Se neste primeiro ano de convivência com os gigantes financeiros, as médias empresas passaram bem pelo teste da concorrência, do outro lado do mercado, os bancos também não têm do que reclamar. As cinco instituições de peso que já operam com consórcios (Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Unibanco) registram taxas de crescimento pelo menos dentro da média do setor. E o Banco do Brasil, que tem interesse em entrar no jogo, já foi autorizado pelo Banco Central a operar neste segmento.

 

SEGMENTO AQUECIDO
Crescimento dos consórcios de imóveis até maio, contra igual período de 2003

Novas cotas
49,7%

Total de participantes
43,4%

Contemplações
60%