A novela do pagamento da correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está longe do seu último capítulo. Depois de ter conseguido celebrar o acordo com os trabalhadores e os patrões, o governo trava agora uma queda-de-braço com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para ver quem pagará a conta pelo processamento de 140 milhões de extratos do FGTS movimentados entre 1989 e 1992. Enquanto não resolver este problema, a Caixa não poderá pensar em pagar a compensação das perdas dos trabalhadores com os expurgos dos planos Verão e Collor 1. O motivo da briga é o elevado preço de conversão das informações do FGTS, que atualmente estão em microfichas, para a memória dos computadores ? operação que pode custar até R$ 100 milhões. No mercado brasileiro, as empresas que operam com Optical Character Registration (OCR), como é conhecido o serviço de digitalização de dados, cobram de R$ 0,40 a R$ 4 por ficha digitalizada. O custo é justificado pela complexidade da tarefa. A empresa que topar o negócio terá de vasculhar a movimentação das contas do FGTS durante o governo Collor em 72 bancos. Para efeito de compensação, será necessário levantar duas informações: o valor da conta em janeiro de 1989 e em março de 1990. Só então a Caixa poderá calcular a correção das perdas e cumprir a decisão judicial.

A operação pode se tornar ainda mais árdua porque alguns bancos não dispõem mais dos dados do FGTS. Os menos organizados destruíram seus arquivos depois que as contas do fundo foram todas transferidas para a Caixa, entre 1992 e 1993. A partir daí, as operações ficaram sob a responsabilidade do banco estatal. A Caixa, no entanto, só dispõe de dados atualizados das contas de 14 milhões de pessoas. Os 55 milhões restantes estão para ser processados. Apesar das dificuldades, várias empresas estão de olho no negócio. Entre elas, a Unysis, a IBM e a Xerox. A Febraban começou a pré-qualificar empresas que poderiam fazer o serviço ainda no mês passado. Descobriu que menos de dez, a maioria multinacionais, têm condições de assumir um projeto deste porte. A Unysis foi uma das procuradas. Durante as conversas, os representantes da Federação sinalizaram que não vão nem começar as negociações se as propostas ultrapassarem R$ 1,50 por microficha digitalizada. Além dessas, Politec e Montreal também são cotadas para o negócio.

A novela do pagamento da correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está longe do seu último capítulo. Depois de ter conseguido celebrar o acordo com os trabalhadores e os patrões, o governo trava agora uma queda-de-braço com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para ver quem pagará a conta pelo processamento de 140 milhões de extratos do FGTS movimentados entre 1989 e 1992. Enquanto não resolver este problema, a Caixa não poderá pensar em pagar a compensação das perdas dos trabalhadores com os expurgos dos planos Verão e Collor 1. O motivo da briga é o elevado preço de conversão das informações do FGTS, que atualmente estão em microfichas, para a memória dos computadores ? operação que pode custar até R$ 100 milhões. No mercado brasileiro, as empresas que operam com Optical Character Registration (OCR), como é conhecido o serviço de digitalização de dados, cobram de R$ 0,40 a R$ 4 por ficha digitalizada. O custo é justificado pela complexidade da tarefa. A empresa que topar o negócio terá de vasculhar a movimentação das contas do FGTS durante o governo Collor em 72 bancos. Para efeito de compensação, será necessário levantar duas informações: o valor da conta em janeiro de 1989 e em março de 1990. Só então a Caixa poderá calcular a correção das perdas e cumprir a decisão judicial.