04/02/2022 - 6:20
Filha dos fundadores da Guaraná Brasil, marca de roupas que funcionou até 2016, em São Paulo, a empresária Ana Carolina Bassi cresceu entre linhas e agulhas — mas conseguiu ir muito além do negócio da família. Criada em 2014 como segunda marca da empresa, a grife Carol Bassi ganhou força apoiada na imagem da estilista nas redes sociais. “Nós começamos com um casaco de tricô, que virou um case de sucesso e inspirou toda a coleção que viria a seguir”, afirmou o diretor da marca, Caio Campos, que é também marido de Ana Carolina. De lá para cá, o crescimento foi exponencial. Durante a pandemia, o casal investiu em várias estratégias de vendas que aumentaram o faturamento em 63,5% no último ano, chegando a R$ 59 milhões.
O sucesso chamou a atenção da Arezzo&Co., que comprou a marca por R$ 180 milhões no fim de 2021. A aquisição teve dois motivos. De um lado, havia a necessidade de uma grife feminina para complementar o portfólio do grupo. Por outro, pesou o “fator Carol”. Para Rony Meisler, CEO da divisão de vestuário e fundador da Reserva – que se juntou à Arezzo&Co. em 2020 – , “Carol criou um grande negócio e, ao mesmo tempo, parece ser a melhor amiga de suas consumidoras”. Por isso ela permanece como diretora da grife, cargo que divide com o marido. Os dois estão comprometidos com as metas da empresa para os próximos quatro anos.
Para entender melhor esse caminho é preciso voltar a 2019. Naquele ano, a empresária decidiu dar um passo maior, mudando de endereço. Trocou sua antiga loja por uma de 940 m2 no paulistano Shopping Cidade Jardim, onde há várias grifes internacionais. O novo endereço mal havia começado a funcionar quando veio a pandemia, com todas as restrições para o funcionamento de shop- pings. O que poderia ter enterrado os planos de expansão da marca acabou se tornando sua salvação. Os esforços de marketing foram centralizados nas redes sociais de Ana Carolina, que já traduziam o estilo das suas criações. “Contratamos quatro influenciadoras profissionais e apoiamos as espontâneas, que são clientes-amigas”, afirmou Campos. Hoje são 400 mil seguidores.
STORE IN STORE Mas havia outra questão: rentabilizar o espaço no shopping em um momento que a maioria das pessoas não queria sair de casa. A saída foi convidar outras marcas. A estratégia, conhecida pelo termo em inglês “store in store”, diminuiu os custos fixos do espaço e aumentou a verba de marketing da grife. Com quiosques sofisticados — e independentes — de Bites, Café Healthy, Gapaz, Sardegna, Sisley e Yukio, o local ficou parecido com uma loja multimarca, só que mais sofisticada. As clientes aprovaram a nova experiência de consumo. E os investidores, mais ainda.