O mais novo episódio do MoneyPlay Podcast, programa voltado para o mundo das finanças, traz Jimmy Carvalho. Formado em Direito, com MBA executivo em gestão empresarial, hoje, ele é um investidor com experiência em diversas áreas do mercado financeiro e, há uma década, se dedica a desenvolver estratégias lucrativas, especialmente em opções.

No programa, Carvalho conta quando começou a investir e como descobriu as chamadas “opções”. Também explica que investimento é esse que ele considera o suprassumo do mercado, como investir e suas vantagens.

>>> Assista aqui o vídeo na íntegra.

De uma família de origem bem simples, o primeiro contato de Jimmy Carvalho com o mundo dos investimentos foi ainda na escola, quando um professor disse que ganhava muito dinheiro com ações e ele descobriu que um amigo ganhava ações dos pais para incentivá-lo sobre a importância do dinheiro.

A vontade de mudar de vida fez com que Carvalho buscasse mais conhecimento sobre finanças. “Descobri que havia uma série de mercados. Comecei como day trade, aprendi análise técnica, programei um robozinho para operar sozinho e fiquei por dois anos quebrando a cabeça no que poderia me dar mais retorno”, conta. “Aos 20 anos, descobri o mercado de opções.”

“Esbarrão” na sorte
Carvalho conta que havia lido um livro sobre opções e confessa que não tinha entendido muito, mas um dia conheceu um homem que estava lendo o mesmo livro e, como ele tinha um carro caro, perguntou como era possível ganhar dinheiro com esse investimento.

Depois da conversa, descobriu como as opções podem ser vantajosas e que seus indicadores eram fora do normal. Na época, levou seis meses estudando o investimento. Sua primeira operação, em 2013, foi aos 21 anos, após fazer um empréstimo de R$ 30.000.

“Tive a sorte de ter tido contato com opções uns cinco ou seis anos antes do esperado, graças a um cara que não trabalhava há alguns anos porque operava nesse mercado”, afirma. “Hoje, qualquer pessoa que quiser saber o que sei consegue. Basta buscar informação.”

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Opções na prática
Carvalho acabou se tornando um especialista em opções e, hoje, ensina outras pessoas o que são e como funcionam. “Ações são pedaços de empresas e as opções negociam o risco e a segurança das ações”, explica. E elas são negociadas da mesma forma que as ações, têm um código, qualquer pessoa pode comprar ou vender e não é preciso comprar as ações correlatas.

Além disso, há várias formas de investir em opções. “É como se existissem 50 ‘joguinhos’ diferentes”, compara. “Dá para fazer dinheiro com o mercado subindo, caindo, andando de lado, com a passagem do tempo, com a inflação, com a mudança de taxa de juros etc. Por isso demanda mais dedicação.”

Ao contrário das ações, as opções têm prazo de vencimento. “Funcionam como um produto na prateleira do supermercado: quanto mais perto do vencimento, mais fácil ter uma promoção, pois elas perdem muito valor”, justifica Carvalho.

Uma maneira de operar opções é utilizá-las para ganhar uma renda em cima das ações que já temos, amplificando o resultado. O investidor afirma que, em algumas épocas, é possível conseguir até o dobro do retorno que a pessoa teria com buy and hold, quando você compra uma ação e a mantém por um bom tempo sem negociar.

Carvalho conta que George Soros e Warren Buffet têm operações com opções até hoje e que Michael Burry só opera com opções. “Elas são o supra sumo do mercado: todo investidor que você admira vai investir. Quem ganha muito dinheiro é porque opera opções.”

O especialista conta que um aluno fez uma operação de strangles (comprar os dois tipos de opções: CALL, que valoriza com o mercado subindo, e PUTT, que valoriza com o mercado caindo) e teve mais de 1.000% de valorização. “Às vezes, as ações levam até 10 anos para conseguir esse resultado que as opções podem dar em meses.”

Ele explica que as opções permitem uma alavancagem (técnica utilizada para multiplicar a rentabilidade por meio de endividamento) sustentável. E que conseguem resultados extraordinários em comparação com outros mercados. “Se uma ação cresce 10%, 20%, 30%, as opções podem subir 500%, 1.000% e, em casos extremos, até 500.000%”, compara. “A maioria das pessoas que operam opções tem lucro. A maioria dos day traders (quem opera compra e venda de ações no prazo máximo de um dia ou em um único pregão) sai no prejuízo.”

Para iniciantes
Carvalho recomenda começar os investimentos em opções de maneira mais conservadora, pois ainda assim pode ser lucrativo. “Entendendo o conceito, é possível seguir em várias coisas diferentes: fazer renda, se alavancar, se proteger”, diz.

Além disso, é incrivelmente barato operar nesse mercado: é possível montar uma operação com apenas R$ 1. Para quem tem medo, o especialista afirma que é possível arriscar muito pouco para ver na prática como funciona. “A operação de R$ 10 e R$ 10 milhões é praticamente a mesma”, diz. “Assim que a pessoa aprende e o processo fica consistente, ela pode aumentar os volumes que negocia.”

Um alerta para quem está começando, ensina Carvalho, é tomar cuidado com as compras, já que nas vendas cobertas os riscos são bem mais reduzidos. Ele explica que, na maioria das vezes, opções curtas (vencimento no curto prazo) vão virar pó, a não ser que aconteça algo de relevante na economia ou na política em muito pouco tempo. Neste caso, a pessoa perderá 100% do valor investido.

“Gosto de operar opções mais longas, pois a chance de acertar é maior. Já consegui lucros entre 4.000% e 5.000% com opções longas”, afirma. Para avaliar uma opção, Carvalho utiliza a análise fundamentalista, examina gráficos e tendências, procura múltiplos fora da média do histórico do ativo, além de comparar concorrentes do mesmo setor. “Olho várias janelas para buscar a informação clara, o que está exagerado, e tento ignorar os ruídos”, orienta.

Confira aqui os outros episódios do programa, com o economista Ricardo Schweitzer, os educadores financeiros Patricia Lages, André Massaro e Mauro Calil, além do trader e influencer Ricardo Brasil.