A legalização da maconha no Canadá e em importantes regiões dos Estados Unidos chamou a atenção para a criação de um mercado em potencial. A Coca-Cola e outras gigantes já anunciaram o investimento em produtos baseados na erva, enquanto os lucros da canadense Aurora Cannabis subiram 260% no primeiro trimestre após a mudança da lei.

Passado o momento inicial de euforia, analistas ressaltam que o segmento ainda precisa amadurecer para se tornar atrativo aos investidores. Para o CEO da Canopy Growth, uma das principais produtoras da erva canadense, Bruce Linton, o fenômeno pode rapidamente virar de um bom negócio para uma “imensa bolha inflacionária”.

“Muitas, muitas pessoas estão entrando no espaço da cannabis, o que é ótimo, mas elas realmente têm que ter um propósito – elas devem ser capazes de gerar um negócio”, disse ele à CNBC durante o Fórum Econômico Mundial de Davos.

“Todo mundo quer estar no espaço da maconha, e acho que os investidores têm que ser seletivos, por que haverá um novo nome a cada semana.”

A consolidação do negócio está sujeita a solidificação dos mercados atuais e a criação de novas frentes. Para Richard Carleton, diretor-executivo da Canadian Securities Exchange (CSE), a abertura definitiva dos EUA a maconha, em questão de “dois e meio ou seis anos e meio, depende do ciclo presidencial”, será um importante passo para os investidores.

Porém, o CEO da gestora de investimentos Canaccord Genuity, Daniel Daviau, ressalta que ainda é cedo para afirmar que uma grande mudança está para acontecer em curto prazo. “Toneladas de coisas boas poderiam acontecer, toneladas de más notícias poderiam acontecer. Portanto, você continuará vendo muita volatilidade.”

O mercado da maconha também pode florescer do outro lado do Atlântico, diz Daviau, com a flexibilização da legislação em países europeus e em Israel, mesmo quem em um ritmo aquém do esperado. “É uma grande oportunidade, mas com anos de trabalho”, afirma.