O poeta britânico Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) escreveu que a experiência é como uma lanterna na popa de um barco. Ilumina as ondas que ficam para trás, mas não auxilia a prever as tempestades à frente. Mesmo assim, a mineradora sul-africana AngloGold Ashanti Brasil, fundada no ano da morte de Coleridge, se vale frequentemente de seus 187 anos de experiência para enfrentar os solavancos da economia. E a bagagem é bem-vinda. “Desde o início de 2020 vivemos o cenário mais desafiador do século”, disse o vice-presidente da AngloGold Ashanti Brasil, Camilo Farace. “Todas as empresas do mundo precisaram se adaptar, independentemente do setor. E com a Anglo não foi diferente.”

Para superar a crise, a companhia com sede em Johannesburgo e com atuação em mais oito países apostou na modernidade, investindo pesado no que chama de “mineração responsável”. “Temos tradição de nos reinventar ao longo dos anos para acompanhar as evoluções do mercado”, disse Farace. Por isso, a empresa foi considerada a melhor no setor de mineração nesta edição do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2021.

CAMILO FARACE EMPRESA: AngloGold Ashanti Brasil. CARGO: Vice-presidente. DESTAQUE DA GESTÃO: Adesão ao movimento #NÃODEMITA durante a pandemia e uma nova prática de mineração. (Crédito:Divulgação)

Por meio da tecnologia, a AngloGold adotou a deposição a seco para todos os seus rejeitos minerais, o que reduz o risco de acidentes e o passivo ambiental em potencial. Foram investidos US$ 160 milhões em 2020 e a previsão é investir mais US$ 242 milhões em 2021, seguindo com a ampliação da produção de ouro. A organização já é uma das maiores produtoras brasileiras, com 5,1 mil empregados diretos e 2,6 mil indiretos. Em 2020 ela extraiu 15 toneladas de ouro, correspondendo a 15% do total do grupo. Além das minas nos estados de Goiás e de Minas Gerais, a AngloGold atua em metalurgia, energia, química e gestão imobiliária.

Segundo Farace, além das melhorias ambientais e de segurança, uma grande conquista de 2020 foi a preservação dos empregos. “No princípio da pandemia achamos que o isolamento duraria apenas 90 dias, mas depois percebemos que teríamos de nos adaptar.” Porém, as preocupações com produtividade, mercado, economia e finanças continuaram. Tudo isso sem esquecer de olhar para a parte humana. Item que fica mais importante diante do alto número de funcionários diretos e indiretos que a AngloGold mantém no País. Para o desenvolvimento social nas regiões que atua, a empresa investiu mais de
R$ 18 milhões em ações apenas em 2020.

“Com 187 anos de história, temos tradição de nos reinventar diante dos desafios. E o prêmio mostra que estamos no caminho para ultrapassar os 200 anos” Camilo Farace, vice-presidente da AngloGold Ashanti Brasil.

Para enfrentar a pandemia, a companhia criou um comitê multidisciplinar, que permanecia ativo em setembro de 2021. Também reduziu a quantidade de pessoas nos sistemas de transporte, adquiriu testes rápidos e criou um ramal exclusivo para atendimento e acompanhamento de empregados que tivessem qualquer sintoma da doença. Adotou o home office e aderiu ao movimento #nãodemita, preservando jornadas e salários. Garantiu notebooks, desktops e periféricos. O pacote ainda incluiu uma ajuda de custo para gastos com internet e energia para quem passou ao trabalho remoto. “As reuniões passaram a ser virtuais, permitindo reunir todo o time e mantendo o trabalho mais ágil”, afirmou.

A mineradora também investiu em ações de sustentabilidade. Como sua atividade é temporária, pois as jazidas se esgotam, a AngloGold reutiliza quase 70% da água, monitora a emissão de poluentes e também reaproveita o gás enxofre gerado no processo produtivo para elaborar ácido sulfúrico. “Agora, vamos buscar a meta de emissão zero de carbono, como recomendado pelas Nações Unidas.” Tudo isso para mostrar que, mesmo em um setor tão tradicional como a mineração, é possível pensar no seu impacto na sociedade. “Temos a certeza de que vamos vencer os desafios. E o prêmio da DINHEIRO mostra que estamos no caminho certo para ultrapassar os 200 anos.”