O grupo educacional Kroton, com faturamento de R$ 5,6 bilhões e mais de 1 milhão de alunos atendidos nos ensinos básico e superior, surpreendeu recentemente o mercado ao comprar a Somos, grupo de educação básica, por R$ 6,2 bilhões. Na semana passada, a companhia anunciou que vai apoiar um andar inteiro no novo prédio do Cubo, o centro de aceleração de startups do Itaú, dedicado às chamadas edtechs. Rodrigo Galindo, o CEO da Kroton, falou sobre isso, a integração com a Somos, os planos da empresa e muito mais no programa MOEDA FORTE na TV Dinheiro, que vai ao ar na segunda-feira, 25 de junho. Acompanhe abaixo alguns trechos:

A Kroton acaba de anunciar a criação de um andar inteiro dedicado às startups de educação no Cubo, o centro de inovação e aceleração do Itaú. O que está por trás dessa estratégia?
É preciso dar dois passos para trás para contar essa estratégia e dizer como a Kroton passou a se dedicar a essa jornada de transformação digital. Em 2017, refizemos o nosso planejamento estratégico e chegamos à conclusão na companhia de que precisaríamos desenvolver a tal da transformação digital. Mapeamos 25 empresas que estavam passando por esse momento de transformação no Brasil e no mundo. Percebemos que precisávamos passar por isso.

E como tem sido esse processo?
A gente vê a transformação digital de duas formas diferentes. A primeira é a empresa se digitalizar para entregar experiências para os seus clientes. A segunda é o que a gente chama de ser digital. Isso tem a ver com a cultura organizacional e é a mudança mais difícil de se fazer. Começamos a implementar a metodologia que se beneficia de times ágeis. Usamos o SAFE, que é o Scale Agile Framework. Temos 80% do nosso time de desenvolvimento rodando em times ágeis, com gente de todas as áreas. E isso está sendo irradiado para outras áreas da companhia.

A entrada no Cubo tem a ver com isso?
Sim. Como a gente se oxigena sabendo o que está acontecendo fora da nossa organização e se aproximando do ecossistema de edtechs? O Cubo, que é o maior hub de startups da América Latina, terá um andar inteiro dedicado à educação. Lá, fisicamente, estarão 12 startups selecionadas por nós. Mas, para chegar nas 12, teremos contato com centenas. Estaremos próximos do que está acontecendo.

O que a Kroton quer das startups?
Queremos startups que entendam os problemas da educação brasileira, sejam eles da Kroton ou da educação pública. É um passo a mais que a gente dá nesse processo de transformação digital. A garantia que a gente tem é que a Kroton será uma nova empresa daqui a cinco anos. Uma empresa muito mais apta ou para gerar a disrupção no negócio da educação ou para estar preparada para reagir caso a disrupção venha de fora.

(Nota publicada na Edição 1075 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Pedro Arbex e Vera Ondei)