Entre o início da pandemia e junho de 2021, o Magazine Luiza fez nada menos do que 18 aquisições, incluindo portais de conteúdo, aplicativos, startups de áreas financeira e logística, criando ecossistema para oferecer informações, engajar potenciais consumidores e oferecer seus produtos para os diversos tipos de públicos, seja em qual canal ele tenha acesso ao portfólio oferecido pelo Magalu.

Os números refletem os planos da gigante varejista comandada por Frederico Trajano. Nos primeiros três meses do ano, as vendas totais registraram alta de 63%, com crescimento de 114% no e-commerce e evolução de 4% na receita das lojas físicas. O lucro no período alcançou R$ 259 milhões.

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Mas o grupo não perde de vista a importância do varejo físico. Há pouco mais de uma década, ainda liderada por Luiza Trajano, abriu 50 lojas de uma vez, no interior e na capital paulista. Movimento semelhante está sendo seguido pela rede agora, só que no Rio de Janeiro, terra da concorrente Americanas.

O desembarque foi barulhento. Envolveu a cantora Anitta e fez a personagem Lu passear por pontos turísticos da Cidade Maravilhosa. Na última quarta-feira (7), o Cristo Redentor foi iluminado com a cor azul, com 50 feixes de luz, em alusão às lojas planejadas na cidade. O próprio governador Cláudio Castro comemorou a chegada da rede ao estado, principalmente pela expectativa de geração de 3 mil empregos diretos.

Entre fim de julho e começo de julho, foram abertas 23 unidades, com meta de 50 até o fim do ano. Em três anos, pretende chegar a 150, para se somar ao enorme volume de 1.310 lojas, segundo o balanço da companhia, um acréscimo de mais de 10% em relação aos números de hoje. Já havia algum tempo que o mercado aguardava a chegada da gigante varejista ao Rio, considerado segundo maior mercado consumidor do Brasil, atrás apenas de São Paulo. Violência e as constantes crises econômicas provocadas pelas desastrosas gestões no estado eram consideradas, nos bastidores, algumas das razões para justificar a demora na chegada.

Agora, com um completo sistema multicanal de vendas e com o avanço, ainda que gradativo, do ritmo de vacinação no Brasil, a tendência é de, nos próximos meses, um aumento nas vendas nas unidades físicas, que também serão uma espécie de hub para a consolidação do formato híbrido de vendas, em que o cliente compra pela internet e retira na loja mais perto. Se o comércio eletrônico, que disparou no Brasil e registrou 13 milhões de novos consumidores no ano passado, deve continuar em alta no cenário de retomada pós-pandemia, também há a expectativa de que os pontos físicos recebam uma boa parte da demanda reprimida de quem ficou quase um ano e meio sem ir às compras.