Foi dada a largada. A direção do Jockey Club de São Paulo está na reta final de um dos mais ambiciosos projetos de sua história: a construção de um complexo de entretenimento e saúde, orçado em R$ 60 milhões. O negócio vai ser bancado pelo consórcio internacional Diversia, que reúne as empresas Global do Brasil e a Barrichello Marketing Consulting. ?Vamos recuperar o glamour da instituição?, aposta Vicente Renato Paolillo, vice-presidente do Jockey Club. O começo das obras depende apenas do sinal
verde dos conselheiros. Paolillo espera concluir os trâmites burocráticos até o começo de 2003. No total, vão ser construídos três prédios (de até três andares cada) em estilo neoclássico, acompanhando a arquitetura do local. Neles, serão instalados 14 restaurantes, além de um sofisticado spa urbano, inspirado nas termas romanas. Haverá, também, uma academia de golfe, com a grife Nicklaus ? uma das mais famosas dos EUA. E não pára por aí. Na área interna da pista de corrida (de 100 mil metros quadrados) será construído um campo de golfe.

Não é exagero dizer que este projeto, que representa a salvação da lavoura para o Jockey Club, praticamente caiu no colo dos dirigentes. No primeiro trimestre, três empresas bateram à porta do clube para propor parcerias. ?Optamos por aquela que apresentava a melhor relação custo-benefício?, conta Paolillo. Em troca da cessão do terreno, o clube vai receber um cheque de R$ 13 milhões. Os recursos vão ser usados para zerar os passivos fiscal e trabalhista da entidade, estimado em exatos R$ 13 milhões. A remuneração da Diversia virá da venda de espaço publicitário nas áreas interna e externa, do aluguel da área dos restaurantes, das diárias recebidas no spa e das mensalidades cobradas na academia. Todas essas benfeitorias passam para o domínio do Jockey ao final de 30 anos.

 

O modelo de parceria também será
oferecido à direção dos hipódromos do
Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.
Em comum eles têm o fato de atravessarem
um período de vacas magras, devido à falta de interesse do público em relação ao esporte.
Em São Paulo, por exemplo, até 1996 os páreos aconteciam cinco vezes por semana e as apostas rendiam US$ 1 milhão por dia. Hoje, esta cifra não ultrapassa US$ 200 mil arrecadados em cada um dos três programas semanais. Alguns fatores colaboraram para o declínio. Dentre eles estão: a concorrência dos jogos administrados pela Caixa Econômica Federal e a visão romântica de alguns dirigentes. ?Nós demoramos a perceber que o Jockey não poderia continuar sendo administrado como um clube amador?, admite Paolillo.