O fundador e CEO da Chilli Beans, Caito Maia, foi o convidado da live da IstoÉ Dinheiro, na segunda-feira (14). Na conversa, ele conta a história de sucesso pessoal e da empresa – hoje uma das maiores redes de varejo de óculos escuros e acessórios do Brasil – que nasceu pela paixão de Caito pelo rock e a bem-sucedida experiência de “executivo de fronteira” – expressão popular de quem vive da compra de bugigangas no exterior e revende no País.

Explica-se: na década de 1990, Maia foi integrante de três bandas. Ora como baterista, ora guitarrista ou cantando e tocando em um conjunto de rock chamado “Las Ticas Tienen Fuego”, que, em 1996, chegou a ser indicado para uma das categorias do prêmio Video Music Brasil, da MTV. Foi nessa época que ele viajou para os Estados Unidos disposto a estudar música e desembarcou em solo brasileiro com a bagagem lotada de óculos de sol comprados na Califórnia.

A ideia inicial de Maia era revender os óculos para os amigos e assim pagar parte dos custos da viagem. Bingo! O sucesso foi tanto que, em 1998, ele inaugurou a primeira loja Chilli Beans em um ponto da Galeria Ouro Fino, na rua Augusta, em São Paulo, àquela época frequentada por fashionistas e lançadores de tendências. Mais de duas décadas depois, a empresa é dona de uma rede de lojas da marca que contabiliza 917 pontos de venda no Brasil e no mundo. “A gente tem errado muito pouco”, diz sobre o sucesso.

Nos últimos tempos, Caito Maia tem usado de sua experiência nos negócios como presidente da empresa e compartilhando o saber “mãos na massa” com empreendedores em busca de oportunidades em reality shows – aqui cabe dizer: ele quebrou no início da vida empresarial.

Na entrevista, o presidente da Chilli Beans fala sobre o programa “Shark Tank Brasil” – uma versão brasileira do game show estadunidense do mesmo nome -, que ele adora fazer. O programa mostra aspirantes a empreendedores que realizam a apresentação do negócio a investidores “tubarões”, que decidem se fazem uma proposta para colaborar com a empresa nascente. “Eu amo fazer o Tank, tenho facilidade com câmeras”, diz.

Maia fala um pouco sobre a sua passagem na pandemia do coronavírus, que arruinou os negócios. “O que salvou minha vida na pandemia foi o investimento que fiz há 20 anos na marca Chilli Beans”, conta. Maia fala ainda sobre o reality show “Sócio por um Dia”, série de quatro episódios em que ele vai a campo para entender as dores de quem empreende e a busca por soluções para negócios em risco. “Sempre tive vontade de ajudar as pessoas.”

As ideias de Maia para fazer o “bom negócio” não se diferem das técnicas do marketing de produto ensinado em qualquer cursinho ou nas universidades. No entanto, na live, ele faz uma tradução de costas para as teorias acadêmicas. Ele conta que a metodologia dele se baseia nos três pilares básicos construídos em mais de duas décadas à frente da Chilli Beans, que podem ser simplesmente resumidos em pessoas, histórias e na centralidade da marca. “Não sou um cara de teorias, sou de prática”, diz.

O reality de Maia é, também, uma propaganda que o empresário usa para, além de ganhar visibilidade, ou seja, um instrumento institucional, atrair pessoas para seu “Plano 3R”. Na entrevista para a IstoÉ Dinheiro, ele detalha as dicas do plano e os bastidores do programa e da Chilli Beans. Os ‘3Rs’ representam os três pontos que ele foca no cotidiano de empresário. O primeiro ‘r’ é sobre revelar pessoas. O segundo, sobre reciclar a marca. O terceiro, sobre recriar histórias. “A gente não vende óculos. A gente vende Chilli Beans; a gente vende histórias”, finaliza.