Se você escuta músicas em algum streaming, provavelmente se deparou neste fim de ano com a onda de retrospectivas que mostram para o usuário os artistas favoritos, gêneros mais escutados e uma das métricas mais interessantes, o número de minutos escutados. Tem usuários com 20 mil minutos no ano, até 100 mil minutos ou mais (quase 70 dias de música sem interrupção). O mercado da música cresceu 18,5% em receitas, em 2021, chegando a US$ 25,9 bilhões, segundo o relatório anual da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). E muito se deve à grande aderência dos streamings, que representam 65% do faturamento total da indústria mundialmente. A América Latina tem 8% da população global, mas apenas 3,9% do mercado de música, um número pequeno mas que teve crescimento de 31,2% neste ano. O Brasil representa um terço do mercado e gerou R$ 2,1 bilhões em 2022, dobrando seu faturamento em três anos.

Artistas como Anitta, Alok, Pabllo Vittar, Sepultura se destacam. Mas como fazem para ter sucesso fora das fronteiras tupiniquins? “O marketing no mundo da música envolve diversas variáveis”, disse à DINHEIRO Cris Falcão, diretora-executiva Latam da Ingrooves Music Group, parte da Virgin Music Group, recém-formada divisão global de música independente da Universal Music Group. E hoje essas variáveis envolvem muita tecnologia. A companhia chegou ao Brasil no começo de 2020 para ajudar os selos (pequenos escritórios que atuam na divulgação dos lançamentos) a impulsionarem artistas com dados e insights importantes que contribuem para a estratégia de marketing. O primeiro cliente foi a GR6, que hoje é o maior selo de funk no País.

O modelo de negócio é simples: a Ingrooves assina os contratos com uma entidade (selo ou artista) e ganha um percentual em cima do serviço de distribuição digital. “A gente recebe o valor das lojas (Spotify, Apple Music, Youtube Music, entre outros), retém a nossa comissão e repassa os royalties conforme o contrato”, disse Cris. Em uma nova empreitada no marketing para esse segmento, a Ingrooves traz uma tecnologia que une inteligência artificial à expertise dos profissionais da empresa para identificar e capitalizar as tendências de conteúdo em plataformas de vídeos curtos como Youtube Shorts, TikTok, Reels, Kwai e muitas outras. Uma solução patenteada nos EUA, a terceira de uma série que está transformando a maneira como os artistas alcançam novos públicos e interagem com os ouvintes, aumentando assim os streams.

Marcela Barros

“O marketing no mundo da música envolve diversas variáveis” Cris Falcão diretora Latam da Invgrooves Malorper.

FERRAMENTAS Essa solução permite que os artistas e selos tenham acesso às tendências de UGC (conteúdo gerado pelo usuário) antes mesmo de ter um crescimento significativo, gerando insights para aumentar o público em plataformas de streaming digital de música e otimizando ações de marketing. “Essa inovação é transformadora para o mercado da música e permite que selos e artistas maximizem o retorno de investimento em campanhas de marketing focadas no crescimento sustentável de audiências”, afirmou Cris.

A tecnologia faz parte de um pacote de soluções oferecidas aos clientes pela Ingrooves, que inclui ferramentas como o Songs On The Move, que permite ver os primeiros sinais de crescimento no streaming e tomar decisões de marketing rapidamente, e a ferramenta de publicidade Smart Audience, usada em campanhas publicitárias de mídia social para públicos com maior probabilidade de ouvir e engajar numa determinada música. Além disso, a companhia também oferece serviços de distribuição digital & física, licenciamento de sincronização (uso de música em filmes, televisão, publicidade), serviços de monetização de vídeo, gestão de campanhas, contabilidade para royalties e gestão de direitos legais. Ao artista fica o foco na criação. À Ingrooves, todo o resto.