Em um ano que entra para história com o epíteto de “desafiador” para o empresariado em geral, os brasileiros enfrentaram dificuldades adicionais para garantir a permanência de seus negócios. Enquanto algumas economias souberam tomar as medidas necessárias — ainda que a um custo elevado — para preservar o máximo de vidas nos meses mais difíceis da pandemia, quando a existência de vacinas ainda era um sonho distante, o governo brasileiro fez o oposto. Isolando-se da comunidade científica, adotou o negacionismo como estratégia e contribuiu com uma série de decisões para prolongar uma crise sanitária que poderia ter sido controlada de forma mais assertiva e com indicadores bem melhores do ponto de vista humano. Em 2020, as empresas que atuam no Brasil e seus gestores foram colocados à prova de forma jamais imaginada. Alguns, infelizmente, não sobreviveram para contar suas histórias. Outros conseguiram se adaptar, inovar e superar os obstáculos para atingir resultados até superiores àqueles de antes da pandemia. Desse grupo de líderes visionários e tenazes, muitos estão reunidos nesta edição do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO. Pelo 18º ano, a equipe da revista DINHEIRO, com a ajuda de consultores e analistas de mercado, avaliou a perfomance de grandes companhias em cinco quesitos para eleger as vitoriosas em 31 setores. Pelos resultados obtidos, é possível fazer uma boa radiografia, senão do Brasil, pelo menos do ambiente empresarial do País.

Este ano a metodologia usada desde a criação do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO para mensurar os resultados de cada companhia se provou ainda mais adequado em função das mudanças provocadas pela pandemia. Ficou comprovado que as empresas que conseguiram se adaptar melhor às mudanças foram aquelas que já haviam estabelecido uma cultura interna sólida. Os diferenciais competitivos para superar as adversidades, crescer acima da média do mercado e, em alguns casos, ir além até do que havia sido previsto para um período bem mais longo, não foram apenas derivados da digitalização ou da busca de novos mercados. Na maior parte dos casos, as vencedoras são empresas que se dedicaram a fortalecer vínculos com seus colaboradores, com seus clientes e com as comunidades em que atuam. É isso que garante a perenidade dos negócios.

E são esses exemplos de excelência na gestão que a equipe da DINHEIRO busca não apenas reconhecer por meio da premiação AS MELHORES DA DINHEIRO 2021 como traduzir nas reportagens que integram este anuário. Que as trajetórias de sucesso dos líderes perfilados nas páginas a seguir sirvam de inspiração para todo o empresariado brasileiro. E que elas permitam não apenas produzir resultados vigorosos para as próprias companhias como também para o País. Mais que nunca, o compromisso com a pauta ambiental, social e de governança — o ESG — se impõe para o crescimento dos negócios e das nações. Felizmente, não faltam bons exemplos de ESG nas histórias que permitiram a 33 empresas se sagrarem AS MELHORES DA DINHEIRO este ano.

Celso Masson, diretor de núcleo