Na terça-feira (3), quatro dias depois de fazer 60 anos, o ex-jogador Diego Maradona, hoje técnico do Gimnasia La Plata, foi operado para drenar uma pequena hemorragia no cérebro. Informações da imprensa argentina indicavam que o jogador e sua família eram contrários à cirurgia, mas cederam ao saber da gravidade dos exames. Confinado desde março por causa da pandemia e por fazer parte do grupo de maior risco, Maradona apareceu em público em seu aniversário com dificuldades de andar e falar, além de desmemoriado. Pessoas próximas a ele sugerem um forte quadro depressivo, agravado pelo alcoolismo. Fãs cercam o hospital com bandeiras, faixas de apoio e fazem vigília.

Bruxa anda solta em Santa Catarina

Estado mais bolsonarista do País, onde o presidente teve 65,8% dos votos em 2018, Santa Catarina emplacou em menos de 72 horas três notícias de causar constrangimento nacional.

.No domingo (1), Daniela Reinehr, governadora interina – o eleito, comandante Carlos Moisés (PSL), está afastado para responder a processo de impeachment – publicou artigo na Folha de S.Paulo em que diz “não compactuar com o nazismo”. Daniela se posicionou de forma assertiva pela primeira vez depois de ser questionada sobre o tema, já que seu pai, o professor de história Altair Reinehr,
relativizava em aulas o holocausto.

.No dia seguinte, segunda-feira (2), a repórter Bárbara Barbosa e o cinegrafista Renato Soder, da NSC TV (afiliada da Globo no estado), foram cercados e agredidos na praia do Campeche, em Florianópolis, por pessoas incomodadas ao serem flagradas infringindo a lei que impõe restrições de circulação por causa da pandemia. O celular de Bárbara chegou a ser tomado por uma mulher.

.Mais 24 horas e foi a vez de o ecossistema jurídico dar mostra repugnante de descolamento do universo. Na terça-feira (3), o juiz Rudson Marcos, o promotor Thiago Carriço e o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, defensor do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estupro de vulnerável contra a influenciadora digital Mariana Ferrer, tornaram-se protagonistas das redes sociais brasileiras. Na audiência, o advogado Rosa Filho humilha Mariana e diz, entre outras ofensas, que “Graças a Deus não tem uma filha como ela”. Vídeo divulgado pelo The Intercept com as cenas grotescas viralizou. O veículo resumiu sarcasticamente a decisão como “estupro culposo”. O Conselho Nacional do Ministério Público quer apurar a atuação do promotor Carriço. E o Conselho Nacional de Justiça, a do juiz Rudson. O ministro do STF Gilmar Mendes tuitou que “as cenas da audiência de Mariana Ferrer são estarrecedoras” e que o sistema não pode ser instrumento de “tortura e humilhação”. O Senado aprovou na mesma noite nota de repúdio ao trio do judiciário – juiz, promotor e advogado de defesa. O acusado foi absolvido pela Justiça. Neste caso, talvez o mais correto seja dizer que foi absorvido pela Justiça.

A fera

Pool/Getty Images

Lewis Hamilton deve conquistar domingo (15), na Turquia, seu sétimo título mundial de Fórmula 1 e igualar Michael Schumacher. Nos demais recordes que importam ele já bate o alemão – número de vitórias (93 a 91) e poles (97 a 68). Mas a notícia que chamou a atenção na semana foi ter declarado, após vencer o GP de Ímola no domingo (1), que pode não renovar seu contrato com a Mercedes. “Nem sei se estarei aqui no próximo ano”, afirmou. “Há muita coisa que me anima para a vida após a F1.” A dupla homem-máquina já deu sete títulos consecutivos para a Mercedes. Cinco deles com Hamilton – com o sexto a caminho.

A fumaça

Não são nada animadoras as notícias sobre as vendas de carros vindas da Europa. Em outubro, os quatro principais mercados continentais mostraram recuos nas vendas, depois de um setembro positivo. Na Alemanha, a queda de registro de novos automóveis foi de 3,6% em relação a outubro de 2019. Na Espanha, a redução chegou a 21%. Na França, a desaceleração foi de 9,5%. E na Itália houve leve oscilação negativa de 0,2%. Os números ainda permanecem distantes dos registrados em abril, quando a pandemia fez as quedas variarem de 61% (Alemanha) a 97% (Itália), mas estancaram qualquer otimismo de curto prazo.

O fogo

Rodrigo Maia resolveu explicitar o humor que move o Congresso a oito semanas de seu recesso. Caso as pautas entre os deputados não andem com a velocidade esperada, “quem vai explodir não é meu mandato (como presidente da Câmara), que acaba em fevereiro, quem explode é o governo”. Maia fez a declaração em entrevista ao Valor Econômico. Ele afirmou que é muito difícil tratar de corte no orçamento sem a participação do presidente. “Neste momento pós-pandemia, o que vai ficar: uma dívida muito alta, uma pressão muito grande, o desemprego batendo recorde e a inflação voltando com força.”

Evandro Rodrigues