A aprovação de pesticidas, alguns deles proibidos em outras partes do mundo, tornou-se uma ação rotineira para o Ministério da Agricultura. Na quarta-feira 27, o governo liberou mais 55 genéricos, variações de produtos que já existem no mercado; e dois tipos de agrotóxicos que ainda não eram permitidos no País – um deles é voltado a combater o percevejo marrom na soja e o outro é um fungicida formulado à base de óleo de casca de laranja. O ritmo de liberação de pesticidas este ano já é o segundo mais alto da série histórica, iniciada em 2005. São 439 novos produtos liberados em 2019. Ao que tudo indica, não deve demorar muito para que o desempenho supere o de 2018, quando o governo autorizou o registro de 449 pesticidas. Até novembro do ano passado, 374 agrotóxicos haviam sido registrados. Segundo as autoridades, a maior velocidade na liberação de agrotóxicos vista nos últimos anos se deve a medidas de desburocratização que foram adotadas desde 2015 na fila de registros. Além disso, o glifosato, herbicida mais vendido no mundo e que está sendo investigado por uma possível relação com câncer, deixou de ser considerado um produto “extremamente tóxico” pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

(Nota publicada na Edição 1149 da revista Dinheiro)