O ministro Paulo Guedes tem um vício incorrigível. Ele prefere surpreender a gerar confiança. E é assim que está preparado o terreno para privatizar 17 estatais até o final deste ano. A lista das empresas que serão colocadas à venda é aguardada para hoje. Embora o governo tenha necessidade urgente de fazer caixa, conduzir o processo de enxugamento da máquina pública é algo que deve ser feito com planejamento e diálogo com as partes envolvidas. Não é isso que se nota nas falas do ministro Guedes.

“Nós achamos que vamos surpreender. Tem gente grande aí que acha que nós não vamos privatizar, mas vai entrar na faca. Está tudo já na lista, está tudo na esteira”, afirmou. “As coisas estão acontecendo devagarzinho, vai uma BR Distribuidora aqui, daqui a pouco vem uma Eletrobras, uma Telebras, daqui a pouco vem também os Correios, está tudo na lista”.

Enquanto o ministro tenta fazer surpresas, o mercado especula. No segundo trimestre, o lucro das três maiores estatais brasileiras (Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobrás) foi o maior da história, somando R$ 28,6 bilhões, segundo dados da Economatica.

Será que o caso de mexer em time que está ganhando?