Latência, espectro de frequência, ultravelocidade. Se você ainda não está familiarizado com o dicionário do setor de telecomunicações, é melhor começar a aprender. Eles farão parte da rotina das pessoas e das empresas em muito pouco tempo. Na semana passada, a sueca Ericsson lançou a primeira rede 5G de grande escala no País. Em parceria com a operadora Claro, a companhia deu início ao sinal capaz de entregar 400 megabits por segundo (Mbps) em 12 bairros da cidade de São Paulo e em nove da capital fluminense. Chamada de Ericsson Spectrum Sharing (ESS), a tecnologia será uma espécie de cartão de visitas da empresa para os leilões do 5G previstos para o início de 2021. Além da Ericsson, que vai investir R$ 1 bilhão em sua fábrica de São José dos Campos (SP) nos próximos cinco anos, gigantes globais como as chinesas Huawei e ZTE, a finlandesa Nokia e a coreana Samsung dão sinais de que estão com apetite pelo fornecimento de equipamentos para a nova tecnologia no Brasil. “Temos 50% do mercado brasileiro e estamos 100% preparados para liderar no 5G”, diz à DINHEIRO Eduardo Ricotta, presidente da Ericsson para Cone Sul e América Latina. “O Brasil é um mercado imenso e em expansão. Enquanto o tráfego de rede cresce a uma taxa média de 40% ao ano no mundo, aqui esse índice supera 100% anualmente.” O apelo da Ericsson para se destacar em um segmento que já nasce concorrido é seu know how internacional. A companhia foi a primeira a lançar a tecnologia na Europa e, hoje, domina mercados como Japão, Austrália e Estados Unidos, onde fornece para as quatro operadoras de telefonia celular do país. “O 5G é parte da solução para o Brasil e o mundo saírem da crise, em um novo normal onde o comércio on-line, o home office, o delivery e até as lives, a que eu nunca tinha assistido antes da pandemia, se incorporaram aos hábitos das pessoas de uma forma irreversível.”

(Nota publicada na edição 1180 da Revista Dinheiro)